São Paulo, terça-feira, 09 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Equipes resgatam corpos de 24 vítimas

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A Aeronáutica e a Marinha já resgataram 24 corpos de vítimas do voo 447 da Air France. O avião levava 228 pessoas.
A informação foi divulgada na noite de ontem pelos militares envolvidos nas buscas.
Após terem divulgado o resgate de 17 corpos no fim de semana, a Marinha e a Aeronáutica corrigiram a informação ontem à tarde e reduziram para 16. À noite, com mais oito corpos, o número chegou a 24.
Os militares atribuíram o erro na conta à fragata francesa Ventouse, que informou ter resgatado oito corpos, e não sete, como constatado na transferência para o barco brasileiro.
O erro levou a Aeronáutica e a Marinha a anunciarem, ontem, que só divulgarão o número de mortos que estiverem nos navios brasileiros. Os franceses foram orientados a entregar os corpos que recolherem.
"Se necessário, em algum momento esses navios franceses poderão se aproximar para que os brasileiros retirem os corpos", disse o assessor de imprensa da Aeronáutica, tenente-coronel Henry Munhoz.

"Amazônia azul"
A fragata Constituição, que transporta 16 corpos, chega hoje de manhã à região de Fernando de Noronha (PE), a 900 quilômetros da área de buscas. A embarcação vai ancorar a cerca de 300 quilômetros do arquipélago para que um helicóptero complete o transporte até o aeroporto local.
Os corpos serão, então, catalogados e enviados de avião para Recife, para identificação por peritos do IML (Instituto de Medicina Legal) de Pernambuco e da Polícia Federal.
Os outros oito corpos recolhidos pela fragata Bosísio ainda serão levados a Noronha.
Munhoz comparou a operação de busca com a realizada em 2006, no acidente com o avião da Gol na Amazônia.
Segundo ele, na ocasião ninguém acreditava no resgate dos 154 corpos, o que foi feito. "Hoje temos outro desafio, muito maior. Temos na "Amazônia azul" 228 pessoas esperando por nossa ajuda."

Dia e noite
Segundo os militares, os 14 aviões e cinco navios que estão na área, localizada a 1.166 quilômetros de Recife, mantêm as buscas dia e noite.
"Os navios navegam em um mar de destroços", disse o assessor de imprensa da Marinha, capitão de fragata Giucimar Tabosa. "Centenas de objetos estão sendo recolhidos, mas a prioridade é resgatar os corpos", afirmou.
No local, a profundidade do mar é de aproximadamente 3.500 metros. Um submarino francês se aproxima da área para vasculhar a região, possivelmente a partir de quinta-feira.


Texto Anterior: Para lei brasileira, não há morte sem corpo
Próximo Texto: "Fiz aquilo que tinha de fazer", diz Jobim
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.