São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2010

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Shopping é vigiado por firma de policial

Empresa de agente, que atua no Garra, faz segurança do Cidade Jardim, roubado 2 vezes em menos de um mês

Policial diz não existir conflito de interesses; PM localizou um dos carros usados no roubo à Rolex anteontem

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A segurança do shopping Cidade Jardim, um dos mais luxuosos do país e assaltado duas vezes nos últimos 25 dias, é feita pela empresa privada do policial civil Fábio Fanganiello, 38.
A GP Guarda Patrimonial de São Paulo Ltda. é uma das maiores do ramo no país, com 11 mil vigilantes, e está no shopping há dois anos.
Fanganiello é do Garra (Grupo de Repressão a Roubos e Assaltos), do Deic (departamento de roubos), setor da Polícia Civil que investiga o assalto de anteontem à loja da Rolex, e o roubo à joalheira Tiffany, no dia 16 de maio.
O policial divide a sociedade da GP com seu pai, Berardino Antonio Fanganiello, e com o oficial da reserva do Exército José Jacobson Neto.
A Lei Orgânica da Polícia Civil não veda participação de policial como cotista de empresa privada, mas o impede de participar do seu dia a dia, seja qual for seu ramo.
O investigador Fanganiello disse que não há conflitos entre suas atividades policiais e as da GP porque ele não participa diretamente da administração da empresa.
Vice-presidente da GP, Jacobson Neto, afirmou que os vigilantes do shopping Cidade Jardim recebem treinamento para não revidar em ações como os recentes roubos. "Isso para não colocar a vida de ninguém em risco."
Apesar de a GP garantir que está tudo certo com a segurança do shopping, ontem os corredores do Cidade Jardim estavam ainda mais vazios. "Depois de tudo que saiu na televisão, é normal que isso ocorresse", afirmou uma funcionária de um dos cafés do lugar.

INVESTIGAÇÃO
Na madrugada de ontem, a PM localizou na zona sul de São Paulo um Citröen C4 Pallas usado no roubo à Rolex.
Dentro do carro havia dois rádios comunicadores, um martelo usado para quebrar as vitrines dos mostruários da Rolex, duas toalhas e um par de luvas pretas.
O Deic suspeita que o motoboy Anderson José da Silva, 30, foragido da Justiça, tenha liderado os roubos à Tiffany e à Rolex. Até agora, quatro acusados de roubar a Tifanny foram presos e outros dois foram identificados.

OUTROS RAMOS
O policial Fanganiello tem outros investimentos -um deles é o CTT (Centro de Treinamento Tático), em Ribeirão Pires (Grande São Paulo). Em março de 2009, ladrões levaram 22 fuzis e 89 pistolas guardadas no CTT.
Fanganiello também é um dos donos da danceteria Sirena, em São Sebastião (litoral norte de SP), que foi alvo de 15 criminosos disfarçados de policiais federais no ano passado. Roubaram R$ 17 mil.


Colaborou EDUARDO GERAQUE


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