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Shopping é vigiado por firma de policial
Empresa de agente, que atua no Garra, faz segurança do Cidade Jardim, roubado 2 vezes em menos de um mês
Policial diz não existir conflito de interesses; PM localizou um dos carros usados no roubo à Rolex anteontem
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
A segurança do shopping
Cidade Jardim, um dos mais
luxuosos do país e assaltado
duas vezes nos últimos 25
dias, é feita pela empresa privada do policial civil Fábio
Fanganiello, 38.
A GP Guarda Patrimonial
de São Paulo Ltda. é uma das
maiores do ramo no país,
com 11 mil vigilantes, e está
no shopping há dois anos.
Fanganiello é do Garra
(Grupo de Repressão a Roubos e Assaltos), do Deic (departamento de roubos), setor
da Polícia Civil que investiga
o assalto de anteontem à loja
da Rolex, e o roubo à joalheira Tiffany, no dia 16 de maio.
O policial divide a sociedade da GP com seu pai, Berardino Antonio Fanganiello, e
com o oficial da reserva do
Exército José Jacobson Neto.
A Lei Orgânica da Polícia
Civil não veda participação
de policial como cotista de
empresa privada, mas o impede de participar do seu dia
a dia, seja qual for seu ramo.
O investigador Fanganiello disse que não há conflitos
entre suas atividades policiais e as da GP porque ele
não participa diretamente da
administração da empresa.
Vice-presidente da GP, Jacobson Neto, afirmou que os
vigilantes do shopping Cidade Jardim recebem treinamento para não revidar em
ações como os recentes roubos. "Isso para não colocar a
vida de ninguém em risco."
Apesar de a GP garantir
que está tudo certo com a segurança do shopping, ontem
os corredores do Cidade Jardim estavam ainda mais vazios. "Depois de tudo que
saiu na televisão, é normal
que isso ocorresse", afirmou
uma funcionária de um dos
cafés do lugar.
INVESTIGAÇÃO
Na madrugada de ontem,
a PM localizou na zona sul de
São Paulo um Citröen C4 Pallas usado no roubo à Rolex.
Dentro do carro havia dois
rádios comunicadores, um
martelo usado para quebrar
as vitrines dos mostruários
da Rolex, duas toalhas e um
par de luvas pretas.
O Deic suspeita que o motoboy Anderson José da Silva, 30, foragido da Justiça, tenha liderado os roubos à Tiffany e à Rolex. Até agora,
quatro acusados de roubar a
Tifanny foram presos e outros dois foram identificados.
OUTROS RAMOS
O policial Fanganiello tem
outros investimentos -um
deles é o CTT (Centro de Treinamento Tático), em Ribeirão Pires (Grande São Paulo).
Em março de 2009, ladrões
levaram 22 fuzis e 89 pistolas
guardadas no CTT.
Fanganiello também é um
dos donos da danceteria Sirena, em São Sebastião (litoral
norte de SP), que foi alvo de
15 criminosos disfarçados de
policiais federais no ano passado. Roubaram R$ 17 mil.
Colaborou EDUARDO GERAQUE
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