São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2011

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Voo desviado de Congonhas não poderá ir para Cumbica

Restrição vale no pico e se deve à falta de vagas para aviões estacionarem

Quando Congonhas fechar, passageiros podem ter que ir para Viracopos (Campinas), Minas ou Rio de Janeiro


RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Por falta de vagas no pátio para os aviões estacionarem, a Infraero (estatal responsável pelos aeroportos) proibiu o desvio de voos para o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, nos horários de maior pico.
A regra está em vigor desde 5 de maio e vai ao menos até 2 de agosto. Após esse período, ela deve ser renovada, segundo a Aeronáutica.
Antes, quando os aeroportos de Congonhas ou de Viracopos, em Campinas, fechavam por razões climáticas, os voos iam para Cumbica.
Agora, os desvios só serão autorizados se estiverem fora do pico, que vai das 7h30 às 11h30 e das 18h30 às 22h30.
Para os passageiros, a mudança significa no mínimo esperas ou atrasos, não raro superiores a três horas.
Foi o que aconteceu na quinta-feira da semana passada, por exemplo, quando oito voos de Congonhas pousaram em Viracopos por conta da falta de visibilidade.
Os voos de Congonhas são enviados preferencialmente para Viracopos, quase três vezes mais distante que Cumbica; um fica a 38 km, o outro, a 101 km do aeroporto.
Só de trânsito, sem contar tempo de desembarque e espera, o trajeto leva em torno de uma hora e meia.
A companhia, nesses casos, é obrigada a providenciar transporte para levar os passageiros até São Paulo.
Os voos podem ir parar também em Confins (MG) ou no Galeão (RJ). Mas, nesses aeroportos, ninguém desembarca; as aeronaves ficam paradas até Congonhas ou Viracopos reabrir. Para o passageiro, mais espera.
Um avião muda a rota quando há problema meteorológico na região do aeroporto para o qual irá.
Em área urbana, Congonhas, por exemplo, fecha não só por falta de visibilidade mas também por chuva forte, desde que um Airbus atravessou a pista ao pousar e explodiu. O acidente, em 2007, matou 199 pessoas.

NÃO HÁ VAGAS
Nos horários em que a Infraero proibiu o desvio para Cumbica, todas as vagas de estacionamento de aviões estão ocupadas.
A prioridade é não atrasar a operação existente. Receber novos voos sobrecarregaria a estrutura já saturada.
O aeroporto, o maior do país, tem 61 posições de pátio. O problema irá se estender ao menos até 2013, quando a Infraero prevê inaugurar mais 42 vagas para aviões.
A Infraero limitou-se a dizer que a norma era "autoexplicativa". Procurada por mais dois dias, a empresa não se pronunciou.


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