São Paulo, quinta-feira, 09 de junho de 2011 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Após vendaval, moradores ficam mais de 24 horas sem luz e água Nove cidades da Grande SP e vários bairros da capital também ficaram sem fornecimento de água Segundo Eletropaulo, pelo menos 1 milhão de pessoas foram afetadas com a falta de luz; 180 árvores caíram em SP
DE SÃO PAULO A comissária de bordo Mariana Reis, 30, tentou ligar para a Eletropaulo desde as 13h de terça-feira para reclamar que não tinha luz no prédio. Só conseguiu falar com a secretária eletrônica. As respostas para os "milhares" de torpedos enviados para a concessionária eram sempre as mesmas: "a luz vai voltar em duas horas". Até o encerramento desta edição, Mariana estava sem luz. "São mais de 30 horas. Estamos sem luz e sem água nem para dar uma descarga. É desumano", diz a moradora do Alto da Boa Vista. O prédio de 136 apartamentos é apenas um dos locais da cidade que ficaram sem energia por mais de 24 horas depois que um ciclone extratropical, que gerou rajadas de vento de até 124 km/h, derrubou 180 árvores e estourou transformadores de luz em ruas da cidade. A Eletropaulo recebeu mais de 1 milhão de chamadas no seu call center. E mais de 100 mil mensagens via SMS. Por causa do grande número de ocorrências, a empresa aumentou em 20% seus postos de atendimento. A concessionária informou que 1.800 funcionários trabalhavam para corrigir o problema e que "95% das ocorrências de falta de energia" tinham sido resolvidas até o início da noite. Moradores de nove municípios e bairros das zonas sul e leste ainda ficaram sem água, porque a Sabesp também ficou sem energia. Mesmo com a volta da luz, o prejuízo para o comércio já estava contabilizado. Na rua Saguairu (Casa Verde, na zona norte), a rotisseria Cappelletti teve que jogar fora 150 kg de massa fresca, que fornece para restaurantes. Os donos calculam um prejuízo de cerca de R$ 4.000, inclusive porque o telefone ficou mudo e parou de receber encomendas. Na avenida Baruel, não muito longe dali, um mercado contabilizava prejuízos de R$ 3.000 em verduras e pães estragados e R$ 4.500 que não puderam vender na noite de terça, porque fecharam mais cedo, sem luz, logo em horário de movimento. "A sorte é que não acabou a luz no depósito, senão teríamos tido R$ 30 mil em prejuízo com as carnes e frios", afirma o gerente, José Cláudio Santos, 44, que afirma que vai comprar um gerador. (CRISTINA MORENO DE CASTRO, EDUARDO GERAQUE, VANESSA CORRÊA) Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Análise: Gestão urbana pode diminuir vulnerabilidade na metrópole Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |