Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem

Obras no aeroporto Santos Dumont, no Rio, cuja estrutura para embarque será modificada na reinauguração

SERGIO TORRES

da Sucursal do Rio

O aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, será reaberto ainda este mês com uma novidade para os passageiros: uma grande sala de embarque, com quatro saídas para a pista e capacidade para abrigar 372 pessoas sentadas e 450 em pé. Antes do incêndio que em 13 de fevereiro praticamente destruiu o aeroporto, havia no Santos Dumont três salas de embarque pouco espaçosas. O Ministério da Aeronáutica planeja reabrir o aeroporto na próxima segunda-feira, dia 15. A data ainda não é oficial. Ela deverá ser anunciada esta semana. Outra novidade será a instalação de equipamentos contra incêndio, que não existiam no prédio. Haverá detectores de fumaça e sensores capazes de identificar elevações exageradas de temperatura. Se o embarque promete ocorrer de modo mais confortável, o passageiro não deve ficar tão otimista quanto ao desembarque. O salão previsto para receber os passageiros que chegam ao Rio só ficará pronto em agosto. Até lá, uma esteira para as bagagens funcionará, de maneira improvisada, junto aos tapumes do saguão principal do aeroporto. Na tentativa de reabrir o aeroporto na próxima semana, de 800 a 1.000 operários estão trabalhando na reforma 24 horas por dia. Mas, mesmo com o aeroporto reaberto, a ponte aérea entre Rio e São Paulo permanecerá de uma semana a dez dias no Galeão, onde funciona desde o incêndio. A Aeronáutica e a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) só levarão a ponte aérea de volta ao Santos Dumont após um período de experiência das novas dependências com os vôos regionais, que funcionam em hangar anexo ao aeroporto. O hangar será desativado. Os vôos regionais representam 30% do movimento diário de 7.000 pessoas no Santos Dumont. Pela ponte aérea entre as duas maiores cidades do país, viajam cerca de 5.000 pessoas por dia. Aeronáutica e Infraero prometem reabrir o Santos Dumont com lanchonete, restaurante, joalheria, loja de importados, livraria e caixas automáticas, nos mesmos locais onde funcionavam antes. Os banheiros ganharão mais cabines. No feminino, haverá um fraldário, reivindicação antiga de passageiras. O tradicional relógio que ficava no setor de desembarque não será mais instalado. Em seu lugar, há a promessa de uma moderna central de informações, que não estará funcionando agora. O aeroporto será reaberto sem os painéis que enfeitavam as paredes do saguão, pintados nos anos 50 pelo artista plástico Cadmo Fausto. A recuperação dos painéis ainda não começou.


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