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De novo, obra do Metrô abre buraco em SP
Cavidade com 1,5 m de diâmetro surgiu na rua dos Pinheiros na tarde de ontem, após trânsito no local ter sido liberado
Não houve feridos; problema ocorreu a cerca
de 2,5 km de distância da cratera aberta em janeiro, quando 7 pessoas morreram
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sete meses após o acidente
que deixou sete mortos na escavação da futura estação Pinheiros do metrô, em São Paulo, um novo buraco surgiu ontem em outro ponto da linha 4-amarela, na rua dos Pinheiros.
Não houve feridos.
O buraco, em formato de cone, tem 1,5 metro de diâmetro
no seu topo, três metros na base e dois de profundidade. Surgiu a cerca de 2,5 km da cratera
na marginal Pinheiros.
O asfalto cedeu às 16h45 na
rua dos Pinheiros, que havia sido reaberta às 14h de ontem
após ter ficado interditada para
obras preventivas no local. A
rua havia sido fechada anteontem à noite após um leve afundamento, quase imperceptível,
a cerca de 5 metros do buraco.
Os técnicos injetaram, então,
uma mistura de areia e cimento, para encher a bolha de ar
que havia entre o túnel do metrô e o asfalto.
Porém, segundo o diretor de
Engenharia e Obras do Metrô,
Luiz Carlos Grillo, a operação
não foi suficiente para preencher as bolsas de ar em todo o
trecho. Apesar disso, ele diz que
não houve falha nem do Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, nem do Metrô,
que responde pela fiscalização.
Desde o início da obra, em
2004, já haviam sido registrados dez acidentes na linha 4-amarela, com um total de oito
pessoas mortas. Serão 12,8 km
da linha, que vai ligar a Vila Sônia (zona oeste de São Paulo) à
estação da Luz (centro).
O Consórcio Via Amarela,
que constrói a linha, orçada em
R$ 2,1 bilhões, é composto por
algumas das maiores empreiteiras de obras do país -OAS,
CBPO (ligada à Odebrecht),
Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Segundo o Metrô, o buraco
não oferece riscos e, por isso,
não houve necessidade de interditar imóveis no local, ao lado da futura estação Fradique
Coutinho. Todo trecho da rua
dos Pinheiros entre as ruas Mateus Grou e Mourato Coelho
continuará interditado, por 48
horas, até que seja feita uma
prospecção sobre o traçado do
túnel, segundo o consórcio.
Foi tudo muito rápido, de
acordo com testemunhas. "Começou a afundar um pouco e
depois desceu tudo", disse o comerciante Roberto Vergueiro,
dono de uma loja exatamente
na frente do novo buraco.
Dono de um escritório próximo ao local, o arquiteto Lúcio
Gomes Machado, 61, disse que
técnicos fizeram diversas medições na rua nos últimos dias.
"Parecia que já haviam percebido alguma coisa. Ainda bem
que interditaram antes que
acontecesse qualquer coisa."
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, FÁBIO TAKAHASHI e RAFAEL TARGINO)
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