São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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De novo, obra do Metrô abre buraco em SP

Cavidade com 1,5 m de diâmetro surgiu na rua dos Pinheiros na tarde de ontem, após trânsito no local ter sido liberado

Não houve feridos; problema ocorreu a cerca de 2,5 km de distância da cratera aberta em janeiro, quando 7 pessoas morreram

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sete meses após o acidente que deixou sete mortos na escavação da futura estação Pinheiros do metrô, em São Paulo, um novo buraco surgiu ontem em outro ponto da linha 4-amarela, na rua dos Pinheiros. Não houve feridos.
O buraco, em formato de cone, tem 1,5 metro de diâmetro no seu topo, três metros na base e dois de profundidade. Surgiu a cerca de 2,5 km da cratera na marginal Pinheiros.
O asfalto cedeu às 16h45 na rua dos Pinheiros, que havia sido reaberta às 14h de ontem após ter ficado interditada para obras preventivas no local. A rua havia sido fechada anteontem à noite após um leve afundamento, quase imperceptível, a cerca de 5 metros do buraco.
Os técnicos injetaram, então, uma mistura de areia e cimento, para encher a bolha de ar que havia entre o túnel do metrô e o asfalto.
Porém, segundo o diretor de Engenharia e Obras do Metrô, Luiz Carlos Grillo, a operação não foi suficiente para preencher as bolsas de ar em todo o trecho. Apesar disso, ele diz que não houve falha nem do Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, nem do Metrô, que responde pela fiscalização.
Desde o início da obra, em 2004, já haviam sido registrados dez acidentes na linha 4-amarela, com um total de oito pessoas mortas. Serão 12,8 km da linha, que vai ligar a Vila Sônia (zona oeste de São Paulo) à estação da Luz (centro).
O Consórcio Via Amarela, que constrói a linha, orçada em R$ 2,1 bilhões, é composto por algumas das maiores empreiteiras de obras do país -OAS, CBPO (ligada à Odebrecht), Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Segundo o Metrô, o buraco não oferece riscos e, por isso, não houve necessidade de interditar imóveis no local, ao lado da futura estação Fradique Coutinho. Todo trecho da rua dos Pinheiros entre as ruas Mateus Grou e Mourato Coelho continuará interditado, por 48 horas, até que seja feita uma prospecção sobre o traçado do túnel, segundo o consórcio.
Foi tudo muito rápido, de acordo com testemunhas. "Começou a afundar um pouco e depois desceu tudo", disse o comerciante Roberto Vergueiro, dono de uma loja exatamente na frente do novo buraco.
Dono de um escritório próximo ao local, o arquiteto Lúcio Gomes Machado, 61, disse que técnicos fizeram diversas medições na rua nos últimos dias. "Parecia que já haviam percebido alguma coisa. Ainda bem que interditaram antes que acontecesse qualquer coisa."
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, FÁBIO TAKAHASHI e RAFAEL TARGINO)

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