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Mulher confessa morte de irmã de lutador
Suspeita afirmou ter participado de assassinato de Priscila Belfort no Rio; polícia prendeu três pessoas
ITALO NOGUEIRA
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
Após três anos e sete meses
do desaparecimento de Priscila
Belfort, uma mulher afirmou à
polícia ter participado do seqüestro e da morte da jovem.
Elaine Paiva da Silva, 27, indicou o local em que ela teria sido assassinada e enterrada pela
quadrilha -em um terreno em
São Gonçalo, a 25 km do Rio.
Desde terça-feira são feitas escavações e, até ontem, o corpo
não havia sido encontrado.
Em depoimento ao Ministério Público na segunda-feira,
ela apontou outros 11 supostos
envolvidos com o seqüestro.
Três já foram presos. Em entrevista, Elaine contradisse seu
depoimento -segundo o qual
teria atirado em Priscila- e
afirmou que um homem identificado como Marco Antônio fez
os disparos. "Assumi porque as
minhas digitais estão na arma",
justificou a contradição.
A confissão de Elaine foi intermediada pela produção do
programa "Linha Direta", da
Rede Globo. Após a exibição do
caso de Priscila na TV, ela ligou
para a emissora, foi entrevistada, disse estar sendo ameaçada
e depois depôs no Ministério
Público, interessada em eventuais benefícios da delação premiada, pela qual confessores de
crime têm a pena reduzida.
Segundo Elaine, o crime foi
cometido a pedido de um casal
em razão de uma dívida de R$
9.000 relativa à compra de drogas. Priscila foi seqüestrada no
dia 9 de janeiro de 2004, no
centro do Rio. A mãe da vítima,
Jovita Belfort, nega que ela tenha sido usuária de drogas.
Após o depoimento de Elaine
ao MP e ao titular da 75ª DP
(Rio d'Ouro), Anestor Magalhães, a polícia fez buscas no
terreno da estrada do Ipiíba
utilizando uma retroescavadeira e cães farejadores. Só um par
de sandálias e um tecido foram
achados -que ainda serão submetidos a exames para checar
eventual ligação com Priscila.
"O depoimento dela é coerente,
mas alguns pontos, como o relato sobre o local e como a morte da Priscila morreu, são fantasiosos", disse Magalhães.
"Priscila não ia morrer por
R$ 9.000 tendo um carro para
vender que valia muito mais do
que isso", disse a mãe da vítima.
O delegado pediu a quebra do
sigilo telefônico do celular que
Elaine usava em 2004 para
confirmar o depoimento.
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