São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Mulher confessa morte de irmã de lutador

Suspeita afirmou ter participado de assassinato de Priscila Belfort no Rio; polícia prendeu três pessoas

ITALO NOGUEIRA
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

Após três anos e sete meses do desaparecimento de Priscila Belfort, uma mulher afirmou à polícia ter participado do seqüestro e da morte da jovem.
Elaine Paiva da Silva, 27, indicou o local em que ela teria sido assassinada e enterrada pela quadrilha -em um terreno em São Gonçalo, a 25 km do Rio. Desde terça-feira são feitas escavações e, até ontem, o corpo não havia sido encontrado.
Em depoimento ao Ministério Público na segunda-feira, ela apontou outros 11 supostos envolvidos com o seqüestro. Três já foram presos. Em entrevista, Elaine contradisse seu depoimento -segundo o qual teria atirado em Priscila- e afirmou que um homem identificado como Marco Antônio fez os disparos. "Assumi porque as minhas digitais estão na arma", justificou a contradição.
A confissão de Elaine foi intermediada pela produção do programa "Linha Direta", da Rede Globo. Após a exibição do caso de Priscila na TV, ela ligou para a emissora, foi entrevistada, disse estar sendo ameaçada e depois depôs no Ministério Público, interessada em eventuais benefícios da delação premiada, pela qual confessores de crime têm a pena reduzida.
Segundo Elaine, o crime foi cometido a pedido de um casal em razão de uma dívida de R$ 9.000 relativa à compra de drogas. Priscila foi seqüestrada no dia 9 de janeiro de 2004, no centro do Rio. A mãe da vítima, Jovita Belfort, nega que ela tenha sido usuária de drogas.
Após o depoimento de Elaine ao MP e ao titular da 75ª DP (Rio d'Ouro), Anestor Magalhães, a polícia fez buscas no terreno da estrada do Ipiíba utilizando uma retroescavadeira e cães farejadores. Só um par de sandálias e um tecido foram achados -que ainda serão submetidos a exames para checar eventual ligação com Priscila. "O depoimento dela é coerente, mas alguns pontos, como o relato sobre o local e como a morte da Priscila morreu, são fantasiosos", disse Magalhães.
"Priscila não ia morrer por R$ 9.000 tendo um carro para vender que valia muito mais do que isso", disse a mãe da vítima.
O delegado pediu a quebra do sigilo telefônico do celular que Elaine usava em 2004 para confirmar o depoimento.


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