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Vila Leopoldina vira polo de produção cinematográfica
Antiga área industrial na zona oeste já ganhou o apelido de "Bollywood" paulistana
Nos antigos galpões
já foram rodados longas como "O Natimorto", "Nome Próprio" e "As Melhores Coisas do Mundo"
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Da rua se veem apenas os
enormes portões de correr, encobertando grandes galpões
coloridos e esparramados.
Dentro deles, produtores de TV
e cinema, editores de som e vídeo, atores, fotógrafos, publicitários e profissionais de multimídia contam com espaços amplos o suficiente para criar cenários de filmes, instalar equipamentos tecnológicos e produzir estúdios.
A Vila Leopoldina, antiga
área industrial na zona oeste da
cidade, já ganhou o apelido de
"Bollywood" paulistana -referência ao polo da produção cinematográfica indiana.
"Aqui é
nossa "Sampaullywood!'", compara o empresário Paulo
Schmidt, presidente do Grupo
Ink, um dos conglomerados de
comunicação e entretenimento
que migraram para região a
partir de 2003, tornando-a referência na produção audiovisual brasileira.
"A gente estava lá em Moema
(zona sul), em um espaço alugado e pequeno. Quando buscamos esse bairro, foi uma maneira de expandirmos os negócios em um perímetro maior",
conta Schmidt, que, assim como sua vizinhança, adquiriu
por um bom preço terrenos de
antigas fábricas que se mudaram para o interior do Estado.
A empresa dele, que já conta
com dois galpões na avenida
Imperatriz Leopoldina, espera
o término da construção de
uma outra unidade, de 13.000
m2, na Mofarrej. O complexo já
serviu de cenário para produções como o longa "O Natimorto", inspirado no livro homônimo de Lourenço Mutarelli e dirigido por Paulo Machline.
Já logo ali no vizinho, nas
instalações da empresária Suzana Villas Boas, foram rodados os longas "Nome Próprio",
de Murillo Salles, "As Melhores
Coisas do Mundo", de Laís Bodansky, e "Boca do Lixo", de
Flávio Frederico. "Agora estamos fazendo um documentário
sobre Raul Seixas e a produção
de um filme sobre a [garota de
programa] Bruna Surfistinha",
enumera Suzana, que em 2003
decidiu trocar seus estúdios em
Alphaville pela Vila Leopoldina. Suzana conta ter sido atraída pela oferta de terrenos grandes, difíceis de serem encontrados na cidade, e pela possibilidade de acesso a caminhões,
indispensáveis ao seu trabalho
-a "Sampaullywood" fica próxima ao Ceagesp, entreposto
de atacadistas de alimentos onde é frequente a circulação de
veículos de grande porte.
Já o empresário Alexandre
Gama, presidente da agência
Neogama/BBH, encontrou na
Vila Leopoldina o espaço de
que precisava para colocar de
pé o projeto arquitetônico dos
seus sonhos: um edifício horizontal sem andares. "Queríamos ser novos até nisso, ter
uma cara mais industrial, quase fabril, que desse essa característica menos glamurizada.
Luxo hoje é espaço e tempo."
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