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Donos terceirizam passeio com cachorro
Para driblar ladeiras de bairros como Sumaré e Perdizes (zona oeste), moradores contratam "passeadores" profissionais
Prestadores de serviço caminham com animais
de duas a três vezes por semana, cobrando valores entre R$ 100 e R$ 150
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A língua de fora não é só dos
cachorros. As ladeiras de Sumaré e Perdizes (zona oeste)
também deixam exauridos os
donos desses animais que, para
driblar o árduo sobe-e-desce da
região, contratam "passeadores" profissionais que caminham com os cães de duas a
três vezes por semana, cobrando entre R$ 100 e R$ 150.
"É puxado", suspira a produtora cultural Luli Hunt, 45,
olhando o ladeirão da rua onde
mora, no Sumaré. Sua fox terrier Jackie Tequila já se acostumou a esperar pelo "passeador"
profissional para dar suas voltinhas. "No final de semana sou
eu quem leva, mas sempre na
avenida Sumaré, que é plana."
Com três coleiras entrelaçadas e um boxer, um bull terrier
e um fox paulistinha em cada
ponta, o "passeador" (e maratonista) Mauro Severino, 42, não
fica nem ofegante quando termina a caminhada. "Ando com
os cachorros depois do meu
treino da manhã", explica ele,
que trabalha como porteiro.
A falta de tempo e o medo de
assaltos, para quem só tem
tempo de passear à noite, também contribuem para que os
moradores prefiram entregar
seus cães aos profissionais.
"Tenho também clientes idosos, com dificuldade de locomoção", conta Thiago Brandão,
29, que sustenta a família com o
dinheiro dos passeios.
"Já perdi a conta de quantos
são no total, acho que uns 15",
diz Elias Pereira, que às 9h30
de quarta-feira subia pela quarta vez a ladeira da rua Apinajés
levando oito cachorros de uma
só vez. "Já sei até quantos cocôs
cada um faz", conta ele, que leva até três saquinhos por cachorro para recolher a sujeira.
Para a hoteleira Maria do Rosário Toschi, 65, esses rastros
são a principal dor de cabeça de
quem anda pela região. "Se pisar em um gramado, é batata",
reclama. Depois de espalhar
placas com os dizeres "Ajude
seu cão a manter a rua limpa",
ela afirma ter visto diminuir o
número de pessoas que levam
seus cães para passear na sua
rua. "É preguiça de pegar", diz.
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