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São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

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URBANISMO

Conclusão dos trabalhos, que incluem a construção da estação de metrô na Faria Lima, dependerá da iniciativa privada

Marta anuncia pacote de obras em Pinheiros

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) anunciou ontem o início de um conjunto de obras na região de Pinheiros (zona oeste de São Paulo), entre elas a construção da estação Faria Lima da linha 4 do metrô, no largo da Batata, em parceria com o Estado, e o prolongamento da avenida Hélio Pellegrino até a rua Funchal.
A maior parte das obras deve começar até o final do mês, mas a continuidade, como admite a própria prefeitura, dependerá de investimentos privados.
"Isso não é sonho. Pinheiros paga altos impostos e agora vai ter um retorno interessante", disse Marta durante discurso.
Também serão implantadas passagens subterrâneas na avenida Rebouças- sob a Faria Lima- e na avenida Cidade Jardim- sob a Faria Lima, com entradas e saídas pela Nove de Julho. As passagens eliminarão os cruzamentos de trânsito e, segundo a prefeitura, facilitarão a fluidez, prejudicada pelos semáforos.
Para a avenida Juscelino Kubitschek está prevista a complementação dos túneis e a construção de um bulevar na parte superior.
As obras custarão R$ 750 milhões e dependerão de investimentos do mercado imobiliário para serem finalizadas. Isso porque a prefeitura dispõe de apenas R$ 250 milhões, valor suficiente para o início das construções.
O restante da verba virá da venda de Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção), títulos imobiliários que permitem a uma empresa construir prédios maiores do que o autorizado pela Lei de Zoneamento.
As obras dependerão do sucesso da prefeitura em comercializar os Cepacs no mercado, ficando comprometidas se não houver interesse das construtoras. "O ritmo das obras dependerá do ritmo da venda dos Cepacs", afirmou o secretário de Abastecimento, Valdemir Garreta, responsável também pelos projetos especiais da prefeitura. O secretário acredita que o início das obras atrairá o interesse do mercado imobiliário.
As ações fazem parte das diretrizes das operações urbanas Faria Lima e Água Espraiada- projetos de melhoria de uma região financiados por recursos privados. Cada operação possui uma quantidade específica de Cepacs para a venda, determinados segundo as condições da região.
Na Água Espraiada, a prefeitura tem um estoque de R$ 1,2 bilhão e na Faria Lima de R$ 800 milhões. Os títulos vendidos poderão ser usados apenas nas áreas delimitadas pelas operações.
Segundo o secretário, as primeiras obras a serem entregues serão as passagens subterrâneas e o prolongamento da Hélio Pellegrino -em uma previsão otimista, até o segundo semestre de 2004.
As obras no largo da Batata serão concluídas em etapas. Na primeira, a transferência no terminal de ônibus para a rua Capri, próxima à marginal Pinheiros, até fevereiro de 2005.
Será a primeira vez que a prefeitura financiará parte das obras do metrô. A estatal informou ontem que a parceria com o município poderá antecipar a conclusão das obras, que deverão estar prontas em 2006 e não mais em 2007, como previsto anteriormente.
Um outro projeto previsto, para 2005, é a construção de duas pontes suspensas por cabos de aço que farão a ligação das avenidas Água Espraiada e Luís Carlos Berrini com a pista sul da marginal Pinheiros. É a obra mais cara das operações: R$ 147 milhões.
Porém, enquanto as obras não ficam prontas, os paulistanos enfrentarão alguns problemas no trânsito, com trechos de avenidas muito movimentadas em obras. "Na pior fase das obras, as avenidas Rebouças e Cidade Jardim poderão ficar com quatro faixas", disse Garreta. Normalmente, essas avenidas possuem oito faixas.
Segundo ele, já está pronto um projeto de sinalização nas avenidas, com rotas alternativas e orientações para os motoristas.


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