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URBANISMO
Conclusão dos trabalhos, que incluem a construção da estação de metrô na Faria Lima, dependerá da iniciativa privada
Marta anuncia pacote de obras em Pinheiros
SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
anunciou ontem o início de um
conjunto de obras na região de Pinheiros (zona oeste de São Paulo),
entre elas a construção da estação
Faria Lima da linha 4 do metrô,
no largo da Batata, em parceria
com o Estado, e o prolongamento
da avenida Hélio Pellegrino até a
rua Funchal.
A maior parte das obras deve
começar até o final do mês, mas a
continuidade, como admite a
própria prefeitura, dependerá de
investimentos privados.
"Isso não é sonho. Pinheiros paga altos impostos e agora vai ter
um retorno interessante", disse
Marta durante discurso.
Também serão implantadas
passagens subterrâneas na avenida Rebouças- sob a Faria Lima- e na avenida Cidade Jardim- sob a Faria Lima, com entradas e saídas pela Nove de Julho.
As passagens eliminarão os cruzamentos de trânsito e, segundo a
prefeitura, facilitarão a fluidez,
prejudicada pelos semáforos.
Para a avenida Juscelino Kubitschek está prevista a complementação dos túneis e a construção de
um bulevar na parte superior.
As obras custarão R$ 750 milhões e dependerão de investimentos do mercado imobiliário
para serem finalizadas. Isso porque a prefeitura dispõe de apenas
R$ 250 milhões, valor suficiente
para o início das construções.
O restante da verba virá da venda de Cepacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção),
títulos imobiliários que permitem
a uma empresa construir prédios
maiores do que o autorizado pela
Lei de Zoneamento.
As obras dependerão do sucesso da prefeitura em comercializar
os Cepacs no mercado, ficando
comprometidas se não houver interesse das construtoras. "O ritmo
das obras dependerá do ritmo da
venda dos Cepacs", afirmou o secretário de Abastecimento, Valdemir Garreta, responsável também pelos projetos especiais da
prefeitura. O secretário acredita
que o início das obras atrairá o interesse do mercado imobiliário.
As ações fazem parte das diretrizes das operações urbanas Faria Lima e Água Espraiada- projetos de melhoria de uma região
financiados por recursos privados. Cada operação possui uma
quantidade específica de Cepacs
para a venda, determinados segundo as condições da região.
Na Água Espraiada, a prefeitura
tem um estoque de R$ 1,2 bilhão e
na Faria Lima de R$ 800 milhões.
Os títulos vendidos poderão ser
usados apenas nas áreas delimitadas pelas operações.
Segundo o secretário, as primeiras obras a serem entregues serão
as passagens subterrâneas e o
prolongamento da Hélio Pellegrino -em uma previsão otimista,
até o segundo semestre de 2004.
As obras no largo da Batata serão concluídas em etapas. Na primeira, a transferência no terminal
de ônibus para a rua Capri, próxima à marginal Pinheiros, até fevereiro de 2005.
Será a primeira vez que a prefeitura financiará parte das obras do
metrô. A estatal informou ontem
que a parceria com o município
poderá antecipar a conclusão das
obras, que deverão estar prontas
em 2006 e não mais em 2007, como previsto anteriormente.
Um outro projeto previsto, para
2005, é a construção de duas pontes suspensas por cabos de aço
que farão a ligação das avenidas
Água Espraiada e Luís Carlos Berrini com a pista sul da marginal
Pinheiros. É a obra mais cara das
operações: R$ 147 milhões.
Porém, enquanto as obras não
ficam prontas, os paulistanos enfrentarão alguns problemas no
trânsito, com trechos de avenidas
muito movimentadas em obras.
"Na pior fase das obras, as avenidas Rebouças e Cidade Jardim
poderão ficar com quatro faixas",
disse Garreta. Normalmente, essas avenidas possuem oito faixas.
Segundo ele, já está pronto um
projeto de sinalização nas avenidas, com rotas alternativas e
orientações para os motoristas.
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