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"Omissão" da elite é alvo de críticas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de afirmar que cada cidadão deveria se perguntar o que
tem feito para tornar o Brasil um
país mais justo, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou que
"não são poucos os casos" em que
há empregadas domésticas analfabetas trabalhando na casa de
professores de pós-graduação.
O presidente disse ainda que é
preciso parar com essa idéia de
que "o governo pode tudo".
Já o ministro da Educação, Cristovam Buarque, afirmou que o
analfabetismo não foi erradicado
no país apenas porque não é
"contagioso". Esse é o motivo pelo qual, de acordo com o ministro,
a elite nunca tratou o assunto como um problema a ser resolvido
em caráter de urgência.
"A elite brasileira despreza o povo", afirmou Cristovam. Segundo
ele, o analfabetismo poderia ter sido erradicado no século 19. Os
militares, disse o ministro, tiveram a chance de erradicar o problema, mas não o fizeram.
Cristovam disse que a classe
média "inventou a escola privada" e deu soluções individuais para seus problemas. Esse é o motivo, na opinião dele, pelo qual o
transporte público enfrenta problemas, assim como a educação.
Ainda de acordo com Cristovam Buarque, a paralisia infantil
somente foi erradicada no Brasil
porque "pega em rico".
Bolsas
A partir de 2004, o governo dará
30 mil bolsas universitárias para
estudantes participarem do programa de erradicação do analfabetismo. "O governo tem compromisso com as massas", afirmou o ministro da Educação.
A Unesco (órgão das Nações
Unidas para a educação e a cultura) considera que um país conseguiu erradicar o analfabetismo
quando a sua taxa é de, no máximo, 6% entre a população com
mais de 15 anos.
O represente da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, afirmou que o
programa de erradicação do analfabetismo é uma resposta do governo Lula aos apelos das Nações
Unidas, que acaba de lançar a década da educação (de 2003 a
2013). "O combate à pobreza começa na escola", afirmou.
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