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Apagão deixa telefones mudos na Grande São Paulo
Duas panes na Telefônica causaram transtornos na rede telefônica desde as 11h
Procon diz que clientes prejudicados têm direito a reembolso; empresa não deu mais detalhes sobre que tipo de falhas ocorreram
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas panes no sistema de telefonia na manhã de ontem tornaram difícil -em muitos casos até impossível- usar linhas
da Telefônica na Grande São
Paulo. Até a noite de ontem, a
companhia ainda não sabia informar o motivo do problema e
se havia alguma relação com a
forte chuva.
O problema começou às 11h.
De acordo com a Telefônica, as
panes já haviam sido solucionadas por volta de 12h10. Contudo, a reportagem constatou que
a dificuldade para realizar chamadas permaneceu durante o
resto do dia. Segundo a Telefônica, isso foi consequência do
problema da manhã.
As panes ocorreram menos
de duas semanas após a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) liberar a venda do
serviço de banda larga de internet Speedy, que permaneceu
proibida por cerca de dois meses em razão de seguidas panes
desde julho de 2008.
O serviço de telefone também já havia apresentado problemas. Em 9 de junho deste
ano, usuários ficaram sem poder usar o telefone em todo o
Estado por cerca de uma hora.
De acordo com a Telefônica, isso ocorreu em razão de um erro
em uma empresa terceirizada.
A Anatel informou que há
processos administrativos apurando as falhas no serviço, que
podem resultar em multas ou
sanções. A agência informou
ontem que fiscais foram à empresa para inteirar-se das panes e que precisava conhecer os
motivos do apagão para se posicionar de forma mais concreta
sobre o fato.
De acordo com o Procon, os
usuários que ficaram sem o serviço ontem têm direito a reembolso por parte da empresa. O
órgão afirmou que, em razão
dos seguidos problemas com a
Telefônica, tenta traçar um
acordo de ajustamento de conduta com a companhia. A Telefônica lidera há três anos a lista
de reclamações da entidade.
Nem todos os usuários foram
afetados pelo apagão de ontem.
No início da tarde, a Folha telefonou para estabelecimentos
de diferentes bairros e verificou que algumas ligações eram
completadas.
Por outro lado, em outras o
telefone ficava momentaneamente mudo e se ouvia o sinal
de ocupado. Isso acontecia até
entre números do mesmo bairro como em Santana (zona norte) e no Morumbi (oeste).
Os setores de comércio e serviços reclamaram dos prejuízos causados pela pane. "Todas
as empresas são afetadas, porque todas usam a telefonia",
afirmou Marcel Solimeo, diretor da Associação Comercial de
São Paulo. "Mas algumas são
mais afetadas, como as de telemarketing", disse.
Outro serviço que enfrenta
dificuldades em panes desse tipo, diz, é o de pagamento com
cartões eletrônicos. Parte das
máquinas usam linhas telefônicas para a comunicação com
a central. Outras utilizam a internet ou o sistema wireless
(comunicação sem fio) -essas
não foram afetadas pela pane.
O diretor disse não ser possível fazer uma estimativa dos
prejuízos de ontem na cidade.
Minas Gerais
Outra pane, aparentemente
sem ligação com as falhas da
Telefônica, afetou o sistema de
telefonia em Minas Gerais. A
rede da Oi (ex-Telemar) apresentou problemas das 10h10 às
12h50, segundo a Anatel.
Em comunicado, a Oi disse
que, "devido à ocorrência de
uma falha numa central da empresa em Belo Horizonte, observou-se congestionamento
pela manhã na capital mineira
em seu serviço de longa distância, o que gerou dificuldades no
completamento de chamadas".
Segundo a Anatel, a pane foi
provocada por uma "falha de
software" em uma central da
Oi. A agência não especificou
qual foi a falha. A Anatel disse
que os fiscais não encontraram
relação entre a pane em Minas
Gerais e os problemas ocorridos em São Paulo.
De acordo com a agência, a
pane atingiu diretamente 285
terminais fixos na área de DDD
31. Uma empresa com PABX
conta como um único terminal.
A pane em Minas Gerais
também afetou operadoras de
telefonia móvel. A TIM informou que, entre as 10h e as 13h,
os usuários não conseguiam ligar para números com o código
de área 31 ou fazer chamadas de
longa distância usando o código
de prestadora 31.
Segundo a Vivo, não foram
registrados problemas em sua
rede. A reportagem não conseguiu contato com a Claro.
Colaborou BRENO COSTA , da Agência Folha, em
Belo Horizonte
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