São Paulo, quarta-feira, 09 de setembro de 2009

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Salvador tem 2º dia de ataques contra PMs

Cinco pessoas se feriram, um posto da PM foi metralhado e três ônibus foram incendiados; seis suspeitos foram presos

Governo do Estado diz que ações são retaliação pela transferência de traficante para um presídio federal em Campo Grande (MS)

MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

No segundo dia de ataques a policiais militares em Salvador, cinco pessoas se feriram, um posto da PM foi metralhado e três ônibus foram incendiados.
A polícia prendeu ontem seis suspeitos de envolvimento nos atentados dos últimos dois dias, ocorridos às vésperas do jogo de hoje, quando a seleção joga na cidade pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
O governo do Estado da Bahia diz que as ações fazem parte de uma represália pela transferência do traficante Cláudio Campanha de Salvador para um presídio federal em Campo Grande (MS).
A polícia afirmou que as ações foram coordenadas de dentro do complexo penitenciário da Mata Escura, em Salvador. A solução, para o governo estadual, será transferir também para o Mato Grosso do Sul detentos identificados como responsáveis pelos ataques.
No bairro de Periperi, duas pessoas foram baleadas ontem à tarde depois que um grupo armado invadiu um mercado do governo do Estado para atirar em dois policiais responsáveis pela segurança do local.
Um motorista de ônibus sofreu queimaduras depois que criminosos atearam fogo no veículo em que ele trabalhava, no bairro do Engenho Velho da Federação. Ele está internado num hospital de Salvador.
Um cobrador e uma passageira também ficaram feridos, mas sem gravidade.
Outros dois ônibus foram incendiados em Águas Claras e Ilha de São João, na periferia.
Anteontem de madrugada, três suspeitos morreram durante troca de tiros com policiais. Na segunda, outros quatro postos da PM foram metralhados e três ônibus queimados. Apesar das ações, a rotina da cidade não teve alterações.
Em resposta aos ataques, a cúpula da polícia baiana decidiu ontem esvaziar os 108 postos da PM em Salvador e deslocar os agentes para o policiamento ostensivo. Segundo a pasta, o fechamento dos postos começou no início deste ano para dar lugar a bases móveis.
Doze guarnições da PM no interior do Estado, que participaram da segurança do desfile de Sete de Setembro, permaneceram na capital baiana.
O secretário da Segurança Pública do Estado, César Nunes, afirmou que o governo já sabia da possibilidade dos ataques desde o último sábado. "Embora tivesse essa informação do que poderia ocorrer, você não poderia despoliciar a cidade como um todo. Os policiais [que estavam nos postos] tinham armamento e coletes."
"Se tiver que tombar alguém nessa guerra, que seja do lado dos marginais. Mas vamos dar segurança dentro da lei", afirmou o governador Jaques Wagner (PT). O governo não informa o número de mortos em confrontos com policiais.


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