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Salvador tem 2º dia de ataques contra PMs
Cinco pessoas se feriram, um posto da PM foi metralhado e três ônibus foram incendiados; seis suspeitos foram presos
Governo do Estado diz que ações são retaliação pela transferência de traficante para um presídio federal
em Campo Grande (MS)
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
No segundo dia de ataques a
policiais militares em Salvador,
cinco pessoas se feriram, um
posto da PM foi metralhado e
três ônibus foram incendiados.
A polícia prendeu ontem seis
suspeitos de envolvimento nos
atentados dos últimos dois
dias, ocorridos às vésperas do
jogo de hoje, quando a seleção
joga na cidade pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
O governo do Estado da Bahia diz que as ações fazem parte
de uma represália pela transferência do traficante Cláudio
Campanha de Salvador para
um presídio federal em Campo
Grande (MS).
A polícia afirmou que as
ações foram coordenadas de
dentro do complexo penitenciário da Mata Escura, em Salvador. A solução, para o governo estadual, será transferir
também para o Mato Grosso do
Sul detentos identificados como responsáveis pelos ataques.
No bairro de Periperi, duas
pessoas foram baleadas ontem
à tarde depois que um grupo armado invadiu um mercado do
governo do Estado para atirar
em dois policiais responsáveis
pela segurança do local.
Um motorista de ônibus sofreu queimaduras depois que
criminosos atearam fogo no
veículo em que ele trabalhava,
no bairro do Engenho Velho da
Federação. Ele está internado
num hospital de Salvador.
Um cobrador e uma passageira também ficaram feridos,
mas sem gravidade.
Outros dois ônibus foram incendiados em Águas Claras e
Ilha de São João, na periferia.
Anteontem de madrugada,
três suspeitos morreram durante troca de tiros com policiais. Na segunda, outros quatro postos da PM foram metralhados e três ônibus queimados. Apesar das ações, a rotina
da cidade não teve alterações.
Em resposta aos ataques, a
cúpula da polícia baiana decidiu ontem esvaziar os 108 postos da PM em Salvador e deslocar os agentes para o policiamento ostensivo. Segundo a
pasta, o fechamento dos postos
começou no início deste ano
para dar lugar a bases móveis.
Doze guarnições da PM no
interior do Estado, que participaram da segurança do desfile
de Sete de Setembro, permaneceram na capital baiana.
O secretário da Segurança
Pública do Estado, César Nunes, afirmou que o governo já
sabia da possibilidade dos ataques desde o último sábado.
"Embora tivesse essa informação do que poderia ocorrer, você não poderia despoliciar a cidade como um todo. Os policiais [que estavam nos postos]
tinham armamento e coletes."
"Se tiver que tombar alguém
nessa guerra, que seja do lado
dos marginais. Mas vamos dar
segurança dentro da lei", afirmou o governador Jaques Wagner (PT). O governo não informa o número de mortos em
confrontos com policiais.
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