São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2010

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Seca no Amazonas dificulta trabalho dos recenseadores

Abastecimento de combustível e alimento, feito por barcos, também pode ser prejudicado pela estiagem

Estão em situação de alerta por causa da falta de navegabilidade 27 cidades do Estado, segundo a Defesa Civil

KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

A estiagem que baixou o nível de rios do Amazonas vem prejudicando o trabalho dos recenseadores do Censo 2010 do IBGE.
Estão em situação de alerta por causa da falta de navegabilidade 27 cidades do Estado, segundo a Defesa Civil.
Como o barco é o principal meio de transporte na região, os agentes não conseguem ir a comunidades isoladas.
Ao todo, 2.700 recenseadores estão em campo. Em alguns casos, eles deixam os barcos e caminham pela vegetação, nas margens dos rios, até alcançar os locais dos levantamentos.
A pesquisa, que em algumas regiões demoraria dez dias, agora leva até 15.
O coordenador operacional do Censo no Amazonas, José Ilcleson Mendes Coelho, afirma que o IBGE está contratando aviões para transportar os pesquisadores.
Mas diz que a previsão de conclusão do Censo para o próximo mês está mantida. A coleta atingiu ontem 54% da população no Estado.
Algumas das cidades mais afetadas são Atalaia do Norte (rio Solimões), Tapauá (rio Purus) e Itamarati (rio Juruá).

DESABASTECIMENTO
Jair Souto, presidente da Associação dos Municípios do Amazonas, afirma que o abastecimento de alimentos e de combustível para termelétricas, realizado por balsas na região, também deve ser afetado pela seca.
Por causa das eleições, o governo do Estado não pode distribuir mantimentos. Existe a possibilidade de o Exército fazer a entrega de alimentos aos habitantes atingidos pela estiagem.
O problema nos rios nas regiões oeste e sul do Estado, segundo o meteorologista Renato Cruz Senna, do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), pode estar relacionado à falta de chuvas nas nascentes dos rios, localizadas no Peru e na Colômbia.
Em cidades banhadas pelo rio Negro, como Manaus, a situação é de normalidade.
Senna afirma que o fenômeno La Niña (esfriamento anormal das águas do oceano Pacífico Tropical) já é observado há cerca de dois meses, provocando excesso de chuvas em regiões ao norte e leste do Estado.
Segundo o especialista, em áreas ao sul e oeste do Amazonas, os efeitos do fenômeno devem começar nos próximos meses.


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