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Seca no Amazonas dificulta trabalho dos recenseadores
Abastecimento de combustível e alimento, feito por barcos, também pode ser prejudicado pela estiagem
Estão em situação de alerta por causa da falta de navegabilidade 27 cidades do Estado, segundo a Defesa Civil
KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
A estiagem que baixou o
nível de rios do Amazonas
vem prejudicando o trabalho
dos recenseadores do Censo
2010 do IBGE.
Estão em situação de alerta por causa da falta de navegabilidade 27 cidades do Estado, segundo a Defesa Civil.
Como o barco é o principal
meio de transporte na região,
os agentes não conseguem ir
a comunidades isoladas.
Ao todo, 2.700 recenseadores estão em campo. Em
alguns casos, eles deixam os
barcos e caminham pela vegetação, nas margens dos
rios, até alcançar os locais
dos levantamentos.
A pesquisa, que em algumas regiões demoraria dez
dias, agora leva até 15.
O coordenador operacional do Censo no Amazonas,
José Ilcleson Mendes Coelho,
afirma que o IBGE está contratando aviões para transportar os pesquisadores.
Mas diz que a previsão de
conclusão do Censo para o
próximo mês está mantida. A
coleta atingiu ontem 54% da
população no Estado.
Algumas das cidades mais
afetadas são Atalaia do Norte
(rio Solimões), Tapauá (rio
Purus) e Itamarati (rio Juruá).
DESABASTECIMENTO
Jair Souto, presidente da
Associação dos Municípios
do Amazonas, afirma que o
abastecimento de alimentos
e de combustível para termelétricas, realizado por balsas
na região, também deve ser
afetado pela seca.
Por causa das eleições, o
governo do Estado não pode
distribuir mantimentos. Existe a possibilidade de o Exército fazer a entrega de alimentos aos habitantes atingidos
pela estiagem.
O problema nos rios nas
regiões oeste e sul do Estado,
segundo o meteorologista
Renato Cruz Senna, do Sipam (Sistema de Proteção da
Amazônia), pode estar relacionado à falta de chuvas nas
nascentes dos rios, localizadas no Peru e na Colômbia.
Em cidades banhadas pelo
rio Negro, como Manaus, a
situação é de normalidade.
Senna afirma que o fenômeno La Niña (esfriamento
anormal das águas do oceano Pacífico Tropical) já é observado há cerca de dois meses, provocando excesso de
chuvas em regiões ao norte e
leste do Estado.
Segundo o especialista,
em áreas ao sul e oeste do
Amazonas, os efeitos do fenômeno devem começar nos
próximos meses.
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