Ministério da Saúde confirmou contaminação de rapaz de 26 anos, no CE

Paciente está internado em Fortaleza, em coma induzido; em 2009, país registrou dois casos semelhantes da doença

RACHEL BOTELHO
DE SÃO PAULO

Um rapaz de 26 anos, do interior do Ceará, é o primeiro caso confirmado de raiva humana transmitida por cães neste ano no país.
O paciente foi internado com sintomas da doença no Hospital São José, em Fortaleza, no último dia 1º. O jovem mora na cidade de Chaval (a 417 km da capital).
Em nota divulgada ontem, o Ministério da Saúde informou que exames laboratoriais deram positivo para a presença do vírus rábico.
De acordo com Dina Cortez, supervisora do núcleo de vigilância epidemiológica da Secretaria da Saúde do Ceará, o estado do paciente é estável. "Estamos fazendo tudo para que ele sobreviva, mas a evolução é muito lenta", diz.
O rapaz foi infectado por sua cadela, que o mordeu em maio. Dias depois, o animal morreu. Cinco filhotes dela também não resistiram.
Ele está sendo tratado de acordo com o protocolo de Recife, que consiste, basicamente, em indução de coma, uso de antivirais e reposição de enzimas, além de manutenção dos sinais vitais.
O protocolo foi adaptado do tratamento que curou a primeira paciente de raiva, nos EUA, e o pernambucano Marciano Meneses da Silva, 16, o único caso de sobrevivente da doença no Brasil.
Uma equipe da secretaria foi enviada a Chaval para acompanhar a situação. Quem teve contato com os animais foi encaminhado para tratamento. Cães e gatos da cidade foram vacinados.
Neste ano, outro caso de raiva humana foi registrado, no Rio Grande do Norte. O paciente foi mordido por um morcego e morreu.

TRANSMISSÃO
A raiva é transmitida ao homem por mamíferos infectados. A mortalidade que ela causa é próxima de 100%.
Em caso de mordida, o indicado é lavar o ferimento e buscar um serviço de saúde para tomar vacina e soro.
A nota do Ministério da Saúde diz que o caso reforça a necessidade de manter a vacinação em cães e gatos, já iniciada em 18 Estados.
Em São Paulo, a campanha está suspensa até que uma investigação que apura a morte de cães e gatos vacinados seja concluída.
De acordo com o governo federal, em 2009, foram registrados dois casos de raiva humana no país transmitida por cães e gatos, contra 52 na década de 90.


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