São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2010

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Obra suspenderá ao menos 20% dos voos em Cumbica

Reformas nas pistas do aeroporto internacional em Guarulhos causará interdições de março a agosto de 2011

Corte proposto pelo governo chegou a 50%, dizem empresas aéreas, que temem que ocorram cancelamentos de voos

ANDRÉA MACIEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos -o mais movimentado do país-, vai suspender ao menos 20% de seus voos entre março e agosto de 2011 por conta da reforma e da ampliação das pistas.
Ainda não está definido para onde os voos irão.
O cronograma provisório prevê que a pista principal fique 54 dias completamente interditada e 82 dias com interdição parcial, incluindo julho, mês de férias escolares. O aeroporto tem uma segunda pista, de 3 km.
Hoje, o limite por hora é de 45 pousos e decolagens, mas pode chegar a 36, na previsão mais otimista -a das companhias aéreas, que relutam em fazer um corte mais amplo.
"Seria uma queda de nove movimentos por hora, daria para administrar a situação", diz Ronaldo Jenkins, diretor do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias).
A discussão partiu de um corte muito maior, proposto por órgãos ligados ao governo: a redução do teto para 23 operações por hora -50% da capacidade do aeroporto.
Se fosse confirmada, tal redução afetaria cerca de 1,25 milhão de passageiros por mês, diz o Snea.
"Significaria um impacto gigantesco. Quase inviabiliza a economia do país", afirma Robson Bertolossi, presidente da Jurcaib, entidade que representa companhias aéreas internacionais.
O aeroporto é o que mais atrai estrangeiros no país -6,7 milhões até agosto.
Bertolossi prevê "a necessidade de cancelamento de voos" mesmo com corte de 20%. "Desviar é complicado", afirma, citando aeroportos saturados como Viracopos (Campinas), Galeão (Rio) e Confins (Belo Horizonte).
Já aeroportos regionais, como os de São José dos Campos e Guarujá, não comportam, diz ele, grandes aviões e voos internacionais.
A Infraero (estatal que administra aeroportos) considera improvável que haja cancelamentos. Em relação à transferência de voos, informou que aeroportos serão consultados quanto à disponibilidade dos seus sistemas.
A redução é negociada com empresas, Infraero, Anac e Decea (controle do espaço aéreo).
Entre as obras está a construção de saídas rápidas -atalhos entre a pista de pouso e os pátios. O ponto crítico, porém, é a troca do asfalto da maior pista, de 3,7 km de extensão -para isso, será necessário interditá-la.


Colaborou JOSÉ BENEDITO DA SILVA


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