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Projeto é aprovado em 1ª votação
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após três versões e muita polêmica, a prefeitura conseguiu
aprovar ontem, em primeira votação na Câmara, o projeto para a
reorganização do transporte coletivo em São Paulo. A proposta
não prevê subsídio ao transporte,
como queriam os empresários,
mas é menos rígida com o setor
que o projeto original encaminhado pela prefeita Marta Suplicy
(PT).
A proposta aprovada por unanimidade contempla outros pedidos dos empresários. Entre eles, a
fixação de um número máximo
para a participação de perueiros
na nova estrutura e a redução da
taxa de gerenciamento do sistema. O projeto que divide a cidade
em subsistema estrutural (linhas
principais) e subsistema local (linhas que abastecem o subsistema
estrutural) ainda precisa passar
por outra votação antes de ir para
a sanção da prefeita.
O projeto original, enviado por
Marta à Câmara no final de setembro, estabelecia, por exemplo,
a participação "inicial" de 4.984
autônomos -entre eles os perueiros. O termo "inicial" foi interpretado pelos empresários como a possibilidade de um grande
aumento da participação de perueiros com o tempo. O projeto
substitutivo, elaborado depois de
um acordo com diversas bancadas, resolveu a questão estabelecendo o máximo de 6.000 autônomos (942 para o transporte bairro
a bairro e 5.058 perueiros). O município possui hoje cerca de 6.000
perueiros legalizados.
A proposta prevê a criação de
uma agência reguladora, mas afirma que ela será estabelecida por
um projeto específico. Com isso,
essa questão, muito criticadas pelas empresas, fica adiada.
A taxa de gerenciamento do sistema a partir da implantação do
sistema integrado foi reduzida de
5% das receitas, no primeiro projeto, para 3,5%. Isso significa menos custo para as empresas.
Das reivindicações dos perueiros, foi aceita a permissão do motorista extra e de um co-proprietário por veículo, o que pode duplicar o número de empregos.
O diretor jurídico do Transurb
(sindicato das empresas), Antonio Sampaio do Amaral, reclamou da ausência do subsídio. "O
sistema arrecada R$ 110 milhões
por mês, mas os custos chegam a
R$ 128 milhões. Sem o subsídio,
as empresas podem quebrar."
O líder do governo, José Mentor
(PT), admite que há uma brecha
na proposta do Orçamento de
2002 feita por Marta. Em uma rubrica da Secretaria de Transportes, há a previsão de R$ 1.000 para
o "apoio ao sistema de transporte
municipalizado". A previsão simbólica permite que mais verba seja remanejada para esta rubrica.
"Isso foi uma medida burocrática
para conjunturas muito drásticas.
Mas não haverá haverá subsídio."
Para o vereador Antonio Carlos
Rodrigues (PL), "houve progressos para o setor em relação ao
projeto original".
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