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TOQUE DE RECOLHER
Promotores acompanharão apuração
Lojas do Glicério reabrem; Alckmin critica "glamurização" de criminoso
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
Dezenas de estabelecimentos
comerciais da Baixada do Glicério
(região central de São Paulo), que
permaneceram fechados na quinta-feira devido ao toque de recolher promovido por supostos traficantes, voltaram a abrir ontem.
Segundo moradores e comerciantes do bairro, o episódio ocorreu em razão da Rota (Rondas
Ostensivas Tobias de Aguiar) ter
matado, em tiroteio na quarta-feira, Paulo Sérgio dos Santos, 23, e
José Iranildo Cassimiro, 33. Santos era conhecido como Careca e,
segundo a polícia, ele tem passagens por porte de arma, furto e receptação. Já cumpriu pena na Penitenciária do Estado. Cassimiro
não tinha passagem pela polícia.
Ontem à noite, o procurador-geral de Justiça, Luiz Antonio
Guimarães Marrey, indicou promotores do Gaeco (Grupo de
Atuação Especial de Repressão ao
Crime Organizado) para acompanhar as investigações do toque
de recolher. ""Isso tem de ser apurado com rapidez para que não se
propague", afirmou.
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) classificou como "glamurização da ação de bandido" a divulgação do toque de recolher. Ele
minimizou a atitude dos comerciantes -uma repetição de situações semelhantes ocorridas recentemente em Campinas e Praia
Grande- e disse que a disseminação do "boato" foi uma "reação" à operação da Rota.
Segundo o governador, já foi
identificado pela polícia, embora
ainda não tenha sido preso, o
"boateiro" que teria passado de
motocicleta exigindo o fechamento do comércio.
"Nós precisamos parar de glamurizar ação de bandido. O fato
concreto é que a polícia prendeu
oito e matou dois em combate",
disse ontem o governador, após
participar, no Guarujá (litoral
paulista), da abertura do congresso da Federação das Associações
Comerciais do Estado.
"Não vamos retroagir um milímetro. É para cima de bandido.
Veja que o PCC [Primeiro Comando da Capital] está se desmantelando. Aliás, estão se matando entre eles", declarou.
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