São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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TRANSPORTE

Ficou definido no TRT que empresa pagaria atrasado

Pelo terceiro dia, 570 mil ficam sem ônibus na zona leste de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo terceiro dia consecutivo, 570 mil passageiros ficaram sem transporte público ontem na zona leste da capital. Os motoristas e cobradores do Consórcio Aricanduva, que opera 886 veículos de três empresas de ônibus, entraram em greve devido ao não-pagamento dos salários de outubro.
Os grevistas das empresas Consórcio Trólebus Aricanduva, Expresso Paulistano e Viação América do Sul passaram a manhã e a tarde protestando. Em um comboio de 40 ônibus, 350 manifestantes se dirigiram até a Secretaria dos Transportes, na marginal Pinheiros. Depois, seguiram até a prefeitura, causando lentidão.
À tarde, ficou definido no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que os empresários pagarão os salários atrasados e os funcionários deveriam voltar ao trabalho à 0h de hoje. Os motoristas dizem que só trabalharão hoje se os pagamentos estiverem nas contas.
O presidente do sindicato da categoria, Edivaldo Santiago, afirmou ainda que vai fazer uma assembléia na segunda-feira para decidir sobre uma provável greve na semana que vem, da 0h às 8h, em todas as viações, na terça ou na quarta-feira. Um dos principais motivos da paralisação é a falta de recolhimento do fundo de garantia pelas empresas.
Desde quarta-feira, 56 ônibus que a prefeitura usa no Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situações de Emergência) foram depredados pelos motoristas em greve. A SPTrans (empresa municipal que cuida do setor) não consegue colocar em ação esse plano desde anteontem. Ontem de madrugada, foram avariados sete ônibus da Expresso São Judas. O terminal São Mateus teve que permanecer fechado.
O secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, disse ontem que desconfia de que os sindicalistas estejam recebendo apoio das empresas de ônibus. O Transurb (sindicato das empresas de ônibus), por sua vez, diz apenas que está trabalhando no prejuízo, com um déficit de R$ 17 milhões por mês. Eles querem aumento de tarifa ou que a prefeitura volte a dar subsídios.
Segundo a SPTrans, os salários atrasados dos motoristas serão pagos pelas empresas por meio de um empréstimo bancário e da remuneração do sistema que ficou retida por causa da greve.
O vereador Dalton Silvano (PSDB) deve entrar com requerimento na Câmara na próxima segunda para que uma auditoria do Tribunal de Contas do Município seja feita na conta do sistema administrado pela SPTrans.


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