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DESARMAMENTO
Thomaz Bastos quer estender campanha por mais seis meses; governo federal repassou R$ 32,1 mi a polícia de SP
Entrega de armas deve ser prorrogada
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, anunciou ontem
em São Paulo a intenção de prorrogar a campanha nacional pelo
desarmamento por mais seis meses. A campanha estava anteriormente prevista para terminar no
próximo mês.
A declaração foi dada durante a
assinatura de convênios entre os
governos federal e estadual para a
área de Segurança Pública em São
Paulo, que contou com as presenças do ministro e do governador
Geraldo Alckmin (PSDB). O Ministério da Justiça fez um repasse
de R$ 32,1 milhões para o Estado
de São Paulo usar no incremento
de seu aparato policial.
"O Congresso [Nacional] resolveu que a entrega de armas seria
até 23 de dezembro. Nós estamos
pensando, e praticamente decididos, a prorrogar isso por mais seis
meses", afirmou Bastos.
Sem prorrogação, após o dia 23
do próximo mês, não haverá mais
pagamento por armas entregues.
O ministro disse que iria anunciar a intenção para o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. E disse
que, em havendo a prorrogação,
as verbas para o pagamento de indenização para quem entregar
suas armas estão garantidas.
Ontem, além do repasse de verbas, também foi definido o envolvimento do governo do Estado no
recolhimento de armas. Foram
credenciadas as polícias Militar e
Civil, que agora também poderão
ter postos para que a população
faça a entrega voluntária.
O Estado de São Paulo ocupa a
liderança, em números absolutos,
no número de armas recolhidas
pela Polícia Federal. Até o dia 5,
foram 45.741 armas. No país, o
número supera as 160 mil.
Durante o evento, o ministro e o
governador adotaram tom amistoso, ressaltando diversas vezes a
importância da "cooperação" entre o nível federal e o estadual.
"Nós somos governos, um de
um partido, outro do outro, no
entanto olhamos a segurança como uma atividade de Estado. A
cooperação se dá de uma maneira
forte e estreita", disse Bastos.
Alckmin afirmou que serão 132
mil policiais ajudando no trabalho de desarmamento. "Nós assinamos sete convênios que vão
modernizar nossa polícia e dar
um passo importante na questão
da digitalização. E vamos nos somar ao trabalho do Ministério da
Justiça e da sociedade civil na
campanha do desarmamento." O
governador também destacou a
"parceria" com o governo federal.
Amanhã, na Assembléia Legislativa, será criado o comitê Desarma São Paulo, que contará com a
participação de órgãos da sociedade civil, como a OAB e ONGs,
que vão colaborar na campanha.
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