São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006

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Dívida começou com ampliação da estrutura

DA REPORTAGEM LOCAL

A crise pela qual passa o Incor começou com a ampliação do hospital, aponta uma auditoria feita pelo Ministério Público estadual. A nova ala, conhecida como bloco 2, foi inaugurada em 2000 e custou R$ 95 milhões (valores da época).
A constatação é compartilhada tanto pela gestão anterior da Fundação Zerbini quanto pela atual da entidade e do Incor. As justificativas, porém, são divergentes.
O presidente do conselho curador da Zerbini à época, José Ramires, diz que o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) não repassou cerca de R$ 100 milhões à entidade, valor que teria sido acordado entre as duas partes, principalmente para bancar a obra. A equipe tucana nega ter deixado dívida.
A atual direção da fundação, em oposição a José Ramires, defende que houve má gestão do antigo dirigente ao construir a ala. "Eles sempre têm de jogar nas costas de alguém", diz Ramires.
Segundo dados divulgados ontem pelo conselho curador da fundação, em 1999 (antes da obra) a entidade teve superávit e conseguiu destinar R$ 9,4 milhões a aplicações financeiras. Um ano depois, devido à obra, a fundação já não possuía mais essa "folga" e ainda precisou tomar um empréstimo.
"O que tenho certeza é que a ampliação foi um erro estratégico", disse o promotor de fundações Airton Grazzioli. "A fundação, que é privada, construiu em um terreno público. Agora, toda aquela estrutura [na zona oeste] pertence ao Estado." O bloco 2 foi erguido em uma área do governo estadual.
A atual gestão também critica a construção do Incor de Brasília na gestão de Ramires, apontando ainda que o Congresso, demandante da obra, não passou recursos suficientes, contribuindo para o endividamento do Incor de SP. A fundação decidiu separar as despesas operacionais das unidades.


(FT e FL)

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