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PM vai a julgamento pela morte de 3 jovens
Soldado Cláudio Honório de Morais também é suspeito de ter chefiado um grupo de extermínio que atuava em Guarulhos
Segurança também será julgado pelo crime, cometido em abril de 2003; principal testemunha foi morta a tiros neste ano
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Apontado como chefe de um
grupo de extermínio supostamente formado por policiais de
Guarulhos (Grande São Paulo),
o soldado do 15º Batalhão da
Polícia Militar Cláudio Honório de Morais, 41, será julgado
hoje, a partir das 13h, pelo assassinato de três jovens -Daniel Gervilia dos Santos e Rodrigo Franco dos Santos, ambos de 22 anos, e Paulo Sérgio
de Souza Bernardes, 19.
Ao lado de Morais, no Tribunal do Júri de Guarulhos, também será julgado o segurança
Cláudio Rodrigues dos Santos,
25. Os dois réus -que estão
presos-, juntamente com Sérgio da Silva, 31, o Serginho, que
será julgado em outra data, são
acusados de matar os jovens a
tiros em 6 de abril de 2003, no
Jardim Tranqüilidade.
Caso seja condenado pela
chacina, Morais, que já foi investigado por outros dez assassinatos, poderá pegar a uma pena de até 52 anos.
Segundo o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira, os
réus estavam em um Gol quando cometeram o crime. Ainda
segundo a acusação, a intenção
era matar o irmão de Daniel. A
vítima Rodrigo Franco dos
Santos teria sido morta por engano. Carlos Alberto Pinheiro
Júnior, 20, que estava com os
jovens, escapou dos tiros ao pular o muro de uma casa.
Apontado pelo promotor como a principal testemunha da
chacina, Pinheiro Júnior, porém, foi assassinado, também a
tiros, em 14 de janeiro.
Extermínio
Entre 2002 e 2003, Guarulhos ficou marcada pela ação de
um grupo de extermínio. No
período, o Ministério Público
contabilizou 52 assassinatos
com características de execução. Os crimes, segundo a Promotoria, foram encomendados
por comerciantes e cometidos
por criminosos que usavam
toucas tipo ninja e estavam em
carros com vidros escurecidos
ou em motos.
Nas casas de Morais e de Santos, foram apreendidas toucas
desse tipo, armas irregulares,
rádios HT que operavam na
freqüência da PM e um capacete com a imagem de um bebê
pintada -segundo testemunhas, o grupo usava um com a
mesma característica.
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