São Paulo, sexta-feira, 09 de novembro de 2007

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Governo Lula recua e Congonhas terá vôos mais longos nas férias

De 1º de dezembro a 15 de março, aeroporto poderá operar com vôos que percorram até 1.500 km de ponto a ponto

Aeroporto terá vôos para mais 22 cidades de 3 Estados (Mato Grosso, Tocantins e Bahia); governador Jaques Wagner (PT-BA) elogiou

JOHANNA NUBLAT
MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo Lula recuou em mais uma medida relacionada ao setor aéreo. O Ministério da Defesa anunciou ontem à noite que vai autorizar excepcionalmente vôos mais longos partindo ou chegando a Congonhas, zona sul de São Paulo, durante o período de férias.
Do dia 1º de dezembro ao dia 15 de março do próximo ano, Congonhas poderá operar com vôos que percorram até 1.500 km, ponto a ponto. A regra atual, que entrou em vigor há menos de 40 dias, permite vôos de 1.000 km no máximo.
Com a mudança, o aeroporto passará a ter vôos para mais 22 cidades de três Estados -Mato Grosso, Tocantins e Bahia.
A regra atual passou a valer no dia 1º do mês passado e foi criticada pelas companhias aéreas, que pediram ao ministro Nelson Jobim que a restrição fosse alterada para permitir vôos com até 1.500 km.
A determinação de limitar os vôos foi tomada após o acidente com o avião da TAM, em 17 de julho deste ano, quando 199 pessoas morreram após a aeronave não conseguir parar no final da pista e se chocar contra o prédio da TAM Express.
Na época, Jobim chegou a dizer que restringiria em até 40% os vôos de Congonhas. Depois, acabou limitando-os em 21,2%.
O anúncio foi feito por meio de uma nota oficial, que não explicou a razão das mudanças.
Segundo o Ministério da Defesa, "a decisão não altera as normas de segurança do aeroporto". Como há um limite de peso das aeronaves para vôos em Congonhas, o ministério informou que as empresas terão que reduzir o número de passageiros ou bagagens já que vão voar com mais combustível.
Ainda segundo o ministério, as empresas terão até o dia 21 deste mês para se ajustarem.

Lobby
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que está em Madri, disse, por meio de assessores, que Jobim "agiu com eficiência e sensibilidade". Segundo ele, "foi uma vitória para a Bahia, que vinha perdendo divisas e visitantes". Wagner encaminhou no mês passado uma carta a Jobim solicitando o fim da medida que havia cancelado 28 vôos para a Bahia.
Outras medidas anunciadas por Jobim nem sequer foram executadas. Depois de determinar uma área de escape na pista auxiliar de Congonhas, o que impedia o uso por aeronaves maiores, a FAB (Força Aérea Brasileira) devolveu parte da pista para pousos e decolagens. O estudo que definiria a terceira pista de Cumbica, no aeroporto de Guarulhos (SP), não chegou a ser concluído.


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