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Soares diz que não usou de ironia e que já foi absolvido
DA SUCURSAL DO RIO
O major Ricardo Soares, do
Bope, disse à Folha por telefone que contou o episódio do
ônibus 174 para os policiais
alunos do curso "porque muita
gente falou besteira na época"
sobre o caso e há "curiosidade"
em razão da repercussão. Soares disse que não pretendia
criar polêmica. "Até porque já
fui absolvido, já está resolvido."
O major do Bope negou ter
usado de ironia na descrição da
morte de Sandro do Nascimento e reclamou que o caso só é
lembrado pela morte da professora Geísa Firmo Gonçalves
e do criminoso. "Salvamos dez
dos 11 reféns e só se frisou a
morte da menina -que foi ele,
como já comprovado", disse.
"Não é ironia, não. Sabe o
que é bacana do "Tropa de Elite"? É que ele parou de romantizar. Os filmes romantizam o
bandido, o criminoso, e Sandro
era um voraz assassino e consumidor de drogas. Aí fica
aquele pessoal romântico: "ah,
coitadinho", a sociedade hipócrita. Disse isso, e é verdade:
não me mobilizei para fazer
[socorro]. Pensei que ele estava
desmaiado. Quando desfaleceu, inicialmente não acreditei
que ele estava morto. Só vimos
quando chegamos ao hospital e
ele não reagia; e no hospital pedimos toda a atenção e botamos ele na maca com presteza." O major afirmou ainda que
não tinha objetivo de matar
Nascimento, mas de "cessar a
agressão" aos policiais.
"Foi realmente que eu não tinha condições na hora de efetuar o socorro. Estava em um
cubículo, na parte de trás da
viatura, não tinha visão, sabia
que o camarada desfaleceu.
Envolvi o pescoço dele, até ele
cessar a agressão: ele já tinha
chutado o vidro da viatura, me
mordeu e ficou chutando os
policiais que tentavam acalmar
a perna dele. Nesse embate,
apertei o pescoço, gritando até,
e depois ele desfaleceu", disse.
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