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Rebelião deixa ao menos 9 mortos em presídio do MA
No final da tarde de ontem, detentos aceitaram a troca dos corpos por alimentos; negociação será retomada
Governo estadual nega superlotação e pede para o Ministério
da Justiça ajudar no processo de negociação
SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO
Pelo menos nove presos
foram mortos -três deles decapitados- em uma rebelião
no presídio de segurança máxima de São Luís (MA).
O presidente da Comissão
de Direitos Humanos da OAB
(Ordem dos Advogados do
Brasil) do Maranhão, Luís
Antonio Pedrosa, que participou da negociação com os
detentos, afirmou que há ao
menos outros cinco corpos
dentro do presídio.
Segundo Pedrosa, até a
noite de ontem, cinco monitores (seguranças terceirizados que trabalham desarmados) ainda estavam reféns
dos presos. A Secretaria Estadual da Segurança Pública
confirmava apenas três.
A rebelião começou por
volta das 9h de ontem, quando os presos do pavilhão C do
Presídio São Luís, no Complexo Prisional de Pedrinhas, na capital, dominaram
um agente penitenciário.
Até a noite de ontem, a situação não estava controlada. No final da tarde, os presos aceitaram entregar os
corpos em troca de alimentos
As negociações foram suspensas no início da noite e
deverão ser retomadas hoje.
Segundo o representante
da OAB, os presos reclamam
da superlotação e de que recebem um litro de água por
dia para dividir em cada cela.
Os presos afirmaram também que integrantes de facções rivais são colocados no
mesmo pavilhão para incentivar as desavenças e mortes.
APOIO
A governadora Roseana
Sarney (PMDB) pediu apoio
ao Ministério da Justiça para
ajudar nas negociações. Segundo a secretaria, uma
equipe especializados em negociações com presos deve
chegar ao Estado hoje.
A Secretaria da Segurança
negou que o presídio esteja
superlotado. A informação
era que havia 80 presos.
Segundo o representante
da OAB, o pavilhão C abrigava 214 presos, para uma capacidade próxima a cem.
Em nota, o governo do Estado disse que "há um estado
de tensão permanente entre
facções de presos" e que a superlotação nos presídios do
Maranhão é uma realidade
"assim como nos demais Estados". "Esse problema está
sendo enfrentado pelo governo do Estado com a construção de novas unidades prisionais", diz a nota.
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