São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Rebelião deixa ao menos 9 mortos em presídio do MA

No final da tarde de ontem, detentos aceitaram a troca dos corpos por alimentos; negociação será retomada

Governo estadual nega superlotação e pede para o Ministério da Justiça ajudar no processo de negociação

SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO

Pelo menos nove presos foram mortos -três deles decapitados- em uma rebelião no presídio de segurança máxima de São Luís (MA).
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Maranhão, Luís Antonio Pedrosa, que participou da negociação com os detentos, afirmou que há ao menos outros cinco corpos dentro do presídio.
Segundo Pedrosa, até a noite de ontem, cinco monitores (seguranças terceirizados que trabalham desarmados) ainda estavam reféns dos presos. A Secretaria Estadual da Segurança Pública confirmava apenas três.
A rebelião começou por volta das 9h de ontem, quando os presos do pavilhão C do Presídio São Luís, no Complexo Prisional de Pedrinhas, na capital, dominaram um agente penitenciário.
Até a noite de ontem, a situação não estava controlada. No final da tarde, os presos aceitaram entregar os corpos em troca de alimentos
As negociações foram suspensas no início da noite e deverão ser retomadas hoje.
Segundo o representante da OAB, os presos reclamam da superlotação e de que recebem um litro de água por dia para dividir em cada cela.
Os presos afirmaram também que integrantes de facções rivais são colocados no mesmo pavilhão para incentivar as desavenças e mortes.

APOIO
A governadora Roseana Sarney (PMDB) pediu apoio ao Ministério da Justiça para ajudar nas negociações. Segundo a secretaria, uma equipe especializados em negociações com presos deve chegar ao Estado hoje.
A Secretaria da Segurança negou que o presídio esteja superlotado. A informação era que havia 80 presos.
Segundo o representante da OAB, o pavilhão C abrigava 214 presos, para uma capacidade próxima a cem.
Em nota, o governo do Estado disse que "há um estado de tensão permanente entre facções de presos" e que a superlotação nos presídios do Maranhão é uma realidade "assim como nos demais Estados". "Esse problema está sendo enfrentado pelo governo do Estado com a construção de novas unidades prisionais", diz a nota.


Texto Anterior: Longevidade: Irmãs gêmeas fazem 105 anos em Pernambuco
Próximo Texto: Caso Bruno: Mulher de goleiro diz que bebê de Eliza seria assassinado
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.