São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2010

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Escola sobe de novo acima da inflação

Na capital paulista, reajuste para ensino fundamental supera aumento geral de preços pelo 9º ano seguido

Tendência se repete em Pernambuco, em Minas, no Rio e no DF; campeã do Enem promove aumentos de até 10%

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

As mensalidades das escolas paulistas subirão acima da inflação mais uma vez.
O sindicato das instituições particulares projeta um reajuste entre 6% e 8% para 2011. A inflação deve fechar o ano em 5,29% (IPCA-IBGE) ou 5,49% (IPC-Fipe).
Na capital paulista, será o nono ano em que o aumento vai superar a inflação, de acordo dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), se consideradas as mensalidades do ensino fundamental.
Os reajustes também superarão a inflação no Rio (9%), em Pernambuco (8%) e no Distrito Federal (7% a 14%), segundo projeções de sindicatos das escolas particulares dos Estados.
Em MG, o sindicato prevê aumentos entre 4% e 10%.
A Folha consultou dez escolas paulistanas tradicionais. Em todas, a alta deve superar a previsão de inflação -e, em alguns casos, ficarão acima até da projeção do sindicato.
Um exemplo é a Lourenço Castanho, na zona oeste, a 10ª melhor colocada da cidade no Enem 2009. Estudantes do 1º ao 5º ano do fundamental passarão a pagar mensalidade de R$ 1.794 -11% mais que em 2010.
Na Móbile (zona sul), 2ª melhor da cidade pelo Enem, as mensalidades do 6º ano, que em 2010 subiram 17%, vão aumentar mais 10%.
Assim, a mesma série que em 2009 custava R$ 1.470 custará R$ 1.890 em 2011.
"Temos que cortar coisas para compensar os reajustes. Já dispensei a empregada, diminuí o plano do celular e o da televisão a cabo", diz a química Mercedes Garcia, 54.
Mãe de um aluno do 1º ano do ensino médio da Maria Imaculada (7ª), ela pagará mensalidade 9% maior que os pais dos alunos que cursaram a mesma série neste ano.
No Vértice, escola da zona sul mais bem colocada do país no Enem, o reajuste também será de 10% nos primeiros anos do fundamental. No 3º ano do ensino médio, o aumento será de 9% (R$ 2.998).

EFEITO ENEM
Com os aumentos recentes, o último ano do Vértice passou a custar 53% a mais do que em 2006, quando o Enem começou a ser divulgado por escola. Na Stockler, a série saltou 67%. Pela inflação, seria limitado a 24%.
"É um efeito colateral do Enem, que virou uma marca para as escolas", diz Selma do Amaral, do Procon. Ela considera a situação "crônica" e avalia que "a clientela tem que reclamar".


Colaboraram a Agência Folha, a Sucursal de Brasília e a Sucursal do Rio


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