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Escola sobe de novo acima da inflação
Na capital paulista, reajuste para ensino fundamental supera aumento geral de preços pelo 9º ano seguido
Tendência se repete em Pernambuco, em Minas, no Rio e no DF; campeã do Enem promove aumentos de até 10%
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO
As mensalidades das escolas paulistas subirão acima
da inflação mais uma vez.
O sindicato das instituições particulares projeta um
reajuste entre 6% e 8% para
2011. A inflação deve fechar o
ano em 5,29% (IPCA-IBGE)
ou 5,49% (IPC-Fipe).
Na capital paulista, será o
nono ano em que o aumento
vai superar a inflação, de
acordo dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas), se consideradas as mensalidades do ensino fundamental.
Os reajustes também superarão a inflação no Rio (9%),
em Pernambuco (8%) e no
Distrito Federal (7% a 14%),
segundo projeções de sindicatos das escolas particulares dos Estados.
Em MG, o sindicato prevê
aumentos entre 4% e 10%.
A Folha consultou dez escolas paulistanas tradicionais. Em todas, a alta deve
superar a previsão de inflação -e, em alguns casos, ficarão acima até da projeção
do sindicato.
Um exemplo é a Lourenço
Castanho, na zona oeste, a
10ª melhor colocada da cidade no Enem 2009. Estudantes do 1º ao 5º ano do fundamental passarão a pagar
mensalidade de R$ 1.794
-11% mais que em 2010.
Na Móbile (zona sul), 2ª
melhor da cidade pelo Enem,
as mensalidades do 6º ano,
que em 2010 subiram 17%,
vão aumentar mais 10%.
Assim, a mesma série que
em 2009 custava R$ 1.470
custará R$ 1.890 em 2011.
"Temos que cortar coisas
para compensar os reajustes.
Já dispensei a empregada, diminuí o plano do celular e o
da televisão a cabo", diz a
química Mercedes Garcia, 54.
Mãe de um aluno do 1º ano
do ensino médio da Maria
Imaculada (7ª), ela pagará
mensalidade 9% maior que
os pais dos alunos que cursaram a mesma série neste ano.
No Vértice, escola da zona
sul mais bem colocada do
país no Enem, o reajuste também será de 10% nos primeiros anos do fundamental. No
3º ano do ensino médio, o aumento será de 9% (R$ 2.998).
EFEITO ENEM
Com os aumentos recentes, o último ano do Vértice
passou a custar 53% a mais
do que em 2006, quando o
Enem começou a ser divulgado por escola. Na Stockler, a
série saltou 67%. Pela inflação, seria limitado a 24%.
"É um efeito colateral do
Enem, que virou uma marca
para as escolas", diz Selma
do Amaral, do Procon. Ela
considera a situação "crônica" e avalia que "a clientela
tem que reclamar".
Colaboraram a Agência Folha, a Sucursal
de Brasília e a Sucursal do Rio
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