São Paulo, Quinta-feira, 09 de Dezembro de 1999


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PRISÃO EM GUARULHOS
Delegado proibiu celular
Vereadores estão em celas comuns

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local

Os três vereadores de Guarulhos, detidos na noite de anteontem, estão presos em celas separadas do 13º DP (Casa Verde). Cada um divide a cela com outros 15 homens, em um espaço recomendado para cinco pessoas.
Ontem, às 9h, quando saíram para o banho de sol, eles receberam frutas, água, dois colchonetes e dois ventiladores, além da visita de médicos, advogados e assessores políticos.
Os telefones celulares, que haviam solicitado, foram barrados pela polícia.
Todos os pedidos dos vereadores Fausto Martello, Waldomiro Ramos e Oswaldo Celeste estão sendo atendidos por um assessor político de Martello, que disse que vai fazer plantão na delegacia.
O assessor não quis ser identificado, mas afirmou que trabalha há dois anos com Martello, de quem é amigo há dez anos.
Desde anteontem, o assessor entrou três vezes para conversar com os parlamentares, que fizeram pedidos e mandaram recados aos familiares.
Segundo parentes, os vereadores estão deprimidos e não concordam com a prisão. Eles reclamaram do calor dentro da cadeia.
Martello, que tem 69 anos, teve uma crise de hipertensão ontem pela manhã e foi medicado na cadeia. Segundo amigos, ele está em "estado de choque e deprimido".
Esses amigos, que estiveram ontem na delegacia, pediram à polícia sua transferência ou um atendimento especial, alegando que o vereador tem problemas de saúde e idade avançada para ficar preso.
O delegado plantonista Carlos Biondi, que recebeu os familiares, disse que os vereadores não terão nenhuma "regalia" fora do comum.
"Eles estão sendo tratados como presos comuns. Aquilo que puder entrar, como rádio, televisão, entra. Se for proibido, não entra", disse o delegado.
Segundo Biondi, cerca de 40% dos 80 presos do 13º DP possuem nível superior. Os demais (60%) são ex-funcionários públicos e ex-policiais, que cometeram crimes em suas funções.
Os advogados dos parlamentares informaram ontem que estão estudando as acusações e que pretendem entrar na Justiça com um pedido de habeas corpus.


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