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LEI
Prefeitura anuncia reajuste de 87%, mas sindicato critica redução no tempo de planejamento
Projeto aumenta salário e carga horária de professor
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
Um anteprojeto do prefeito Celso Pitta que prevê a reorganização
do quadro do magistério municipal virou alvo de críticas de entidades representativas dos professores de São Paulo.
Segundo a prefeitura, haverá
um aumento salarial médio de
87% no piso do professor em início de carreira, cujos vencimentos
passariam de R$ 385,77 para R$
721,13. O sindicato da categoria,
porém, afirma que a proposta do
secretário da Educação, João
Gualberto de Meneses, tem como
objetivo reduzir o período destinado a planejamento e pesquisas.
Além disso, segundo sindicalistas, a proposta do jeito que está
poderá causar uma redução de
41,94% no salário dos profissionais que optaram pela chamada
jornada pedagógica.
Essa iniciativa, criada em 1992,
estabelece que os professores podem cumprir uma jornada de 25
horas de aula na classe e outras 15
em atividades pedagógicas, como
reuniões ou planejamento, totalizando 40 horas de aula semanais.
No total, 17 mil professores optaram este ano por essa jornada de
trabalho.
Atualmente há na prefeitura
três jornadas de trabalho para o
magistério -20, 30 ou 40 horas
semanais. A proposta do secretário da Educação pretende unificá-las em 30 horas, denominando-as
de jornada básica do trabalho docente. Desse total, 25 horas serão
dedicadas às aulas em classe e
apenas cinco serão destinadas às
atividades fora da classe.
A assessoria de imprensa da
prefeitura informou que a unificação da carga horária em 30 horas é importante porque faz coincidir a jornada dos professores
com a carga horária dos alunos.
Segundo a prefeitura, isso garante aos professores acompanhar integralmente as classes das
primeiras séries do ensino fundamental.
O anteprojeto também abre a
possibilidade de o professor ampliá-la por mais 40 horas, entre
aulas e atividades, como uma carga suplementar.
Mas não prevê a incorporação
desse benefício para fins de aposentadoria, por exemplo, como
destacou Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos
Profissionais em Educação no Ensino Municipal).
Fonseca afirmou que o enunciado da prefeitura de que o salário
dos professores iniciantes irá aumentar em até 87% "é falso". De
acordo com o sindicalista, "a prefeitura está comparando jornadas
diferenciadas para vender a ilusão
do aumento".
Ele disse que atualmente os professores que iniciam a carreira na
prefeitura exercem uma jornada
de 15 horas. "Mas, de acordo com
o anteprojeto, ele passará a ter de
trabalhar mais 7h30, totalizando
22h30. Por isso, o que a prefeitura
irá pagar é o aumento do tempo
de serviço prestado, e não simplesmente irá conceder um aumento salarial, como quer fazer
acreditar".
Fonseca admite, porém, que a
categoria deverá ter um reajuste
médio de 17%, como informou a
prefeitura.
Outra mudança proposta pelo
anteprojeto é a criação dos cargos
de professor titular e adjunto de
educação básica 2, com a possibilidade de atuação tanto no ensino
fundamental, quanto no ensino
médio.
Esses novos cargos substituem
os de professor titular e adjunto
de ensino fundamental 2 e os de
professor titular e adjunto de ensino médio.
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