DA REPORTAGEM LOCAL

A declaração do vereador Gilberto Natalini (PSDB) de que 40 dos 55 vereadores recebem dinheiro para votar projetos de interesse da prefeita Marta Suplicy (PT) dominou as discussões nos bastidores da Câmara Municipal.
"Eu não faço trambique. Eu não pego R$ 500 mil, R$ 1 milhão, para aprovar projetos da prefeitura. Eu não faço isso, embora 40 dos 55 façam", disse o tucano em uma reunião em julho. O encontro acabou gravado, e a sua frase foi parar em um jornal de bairro.
O vereador Cláudio Fonseca (PC do B) entrou na semana passada com uma representação na corregedoria para que Natalini esclareça a sentença. "Ou ele prova as denúncias, e cassamos os 40, ou os 40 tomam uma medida."
Natalini afirma que deu a declaração em uma "reunião particular com amigos e pessoas de confiança". Eram cerca de 30 participantes. O vereador falou que foi um "desabafo", não uma denúncia. "Não é um sentimento só meu, é generalizado na cidade".
O presidente da Câmara, Arselino Tatto (PT), disse que conhece Natalini há mais de 20 anos e contemporizou. "Não acredito que tenha dito isso com convicção."
Natalini afirmou que alguém gravou a conversa sem o seu consentimento. A Folha apurou que a fita chegou a ser oferecida a vereadores, em troca de dinheiro, antes de sua divulgação.
Colegas de bancada defendem o vereador. "Se ele falou, foi num momento de emoção, mas o problema é que o governo está usando isso politicamente", afirmou Carlos Alberto Bezerra Júnior (PSDB). Os tucanos se reúnem hoje para discutir o caso. (PDL)


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