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AGENDA DA TRANSIÇÃO
Roberto Scaringella retorna à empresa que fundou e já presidiu; outros 3 nomes foram anunciados ontem
Defensor de pedágio urbano assume a CET
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Defensor ferrenho da implantação de um sistema de pedágio urbano em São Paulo, Roberto Salvador Scaringella, 64, foi anunciado ontem pelo prefeito eleito José
Serra (PSDB) como presidente da
CET (Companhia de Engenharia
de Tráfego) a partir de 2005.
Scaringella fundou a CET nos
anos 70 e já presidiu a empresa
duas vezes (1976-1982 e 1986-1987, quando acumulou a função
de secretário dos Transportes de
Jânio Quadros). É um especialista
renomado e incentivador de
idéias polêmicas -como a inspeção veicular e a aplicação da arrecadação de multas exclusivamente em trânsito, e não transporte.
O nome dele foi divulgado por
Serra junto com os de outros três
integrantes do futuro governo.
Ulrich Hoffmann, 64, será presidente da SPTrans (São Paulo
Transporte), responsável pelos
contratos com as empresas de
ônibus e pelos corredores exclusivos. É ligado ao PPS, partido que
ajudou a sustentar a candidatura
Serra. Não é um técnico do setor,
mas já trabalhou com logística.
O engenheiro Rogério Belda, 68,
será gerente do GEM (Grupo Executivo da Mobilidade), criado pela gestão tucana com a função de
propor idéias para aproximar a
área de trânsito com a de transporte. Belda é hoje assessor do
Metrô, vice-presidente da ANTP
(Associação Nacional de Transportes Públicos) e membro do
conselho de administração da
SPTrans -que também tem representantes externos para fiscalizar as ações da empresa.
A ANTP é uma das entidades
que defendem a implantação de
medidas de restrição ao uso do
carro, como os pedágios urbanos.
Serra também anunciou Sérgio
Kobayashi, 48, para comandar
sua assessoria de comunicação.
Os discursos e a equipe definida
por Serra indicam que ele deve
manter as prioridades da gestão
Marta na SPTrans -com os corredores de ônibus- e fazer mudanças significativas na CET.
Scaringella integrou um grupo
de notáveis convocado por Marta
em 2002 para dar sugestões na
área -que não foram adotadas.
Ele tem conhecimento detalhado da CET porque é membro do
conselho fiscal, tendo sido eleito
por funcionários. Seu primeiro
obstáculo se refere ao Orçamento
de 2005 aprovado na Câmara em
primeira votação e que reduziu de
R$ 195 milhões para R$ 145 milhões a verba da empresa.
Scaringella elaborou uma das
primeiras propostas de pedágio
urbano na capital paulista nos
anos 90, antes da implantação do
sistema em Londres, em 2003.
Sua idéia era cobrar, na época,
uma tarifa de R$ 2 nos picos e R$
0,50 nos entrepicos em algumas
das principais vias do centro expandido. Ele já chegou a dizer que
considera essa solução "dolorosa,
mas inexorável". A fiscalização
seria eletrônica, por tarjas magnéticas instaladas nos autos. Afirma
ser possível reduzir em 25% a
quantidade de veículos nas ruas.
O futuro presidente da CET não
quis ontem dar entrevistas. Em
sua apresentação, falou em "reinventar a CET com uma perspectiva de trânsito inteligente".
A proposta de pedágio urbano
também havia sido colocada pelo
Plano Diretor de Marta como
uma das diretrizes a serem discutidas nos próximos anos. Mas a
medida encontra barreiras entre
tucanos, que fizeram duras críticas às taxas na campanha. O secretário dos Transportes de Serra,
Frederico Bussinger, ao ser questionado sobre a idéia, disse que
"isso até pode ser discutido, mas
não está colocado na pauta hoje".
"Temos uma série de outras medidas que vamos discutir antes."
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