São Paulo, sexta-feira, 09 de dezembro de 2005

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DE CARA NOVA

Com 546 apartamentos, edifício foi interditado na década de 90

Prédio pioneiro quer revitalização

DA REPORTAGEM LOCAL

Até hoje sem interfones e antena coletiva, o edifício Baronesa de Arary, um dos prédios mais antigos da avenida Paulista e que chegou a ser interditado por falta de segurança em 1993, tenta se modernizar e ficar mais atraente.
A principal idéia é obter patrocínio para revitalizar a fachada do prédio, que tem 25 andares e 546 apartamentos e fica ao lado do parque Trianon. Já foi aprovada pelos moradores a colocação de um painel com o nome da empresa patrocinadora -assim como ocorreu no prédio na esquina da Paulista com a Consolação. Três empresas procuram interessados em fechar negócio.
Segundo a síndica Eunice Oliveira, em janeiro os interfones serão finalmente colocados. Hoje, na portaria, que funciona 24 horas, os visitantes precisam mostrar RG e tirar uma foto.
Segundo o arquiteto que projetou o edifício, Simeon Fichel, 82, o Baronesa de Arary foi o primeiro prédio residencial da avenida e começou a ser construído em 1954. Abrigou famosos como o casal Walmor Chagas e Cacilda Becker, que ocupava a cobertura (hoje fechada em razão de infiltrações), e Elke Maravilha.
"Temos feito muitas melhorias. Conseguimos reformar cinco dos nove elevadores, trocamos os pisos dos corredores e agora estamos pintando as paredes internas", diz a síndica. O piso era vermelho e, agora, tem cor clara. Ainda há paredes descascadas e pintura desbotada. Mas os moradores dizem que a situação é muito melhor que nos anos 90, quando houve a intervenção.
"Moro aqui há 19 anos. Antes de o prédio ser interditado, ficávamos sem luz direto e vinha água duas a três vezes por dia", diz a artista plástica Judith Guaiato, 82. Apesar dos problemas, ela não pretende se mudar "para nenhum outro lugar".
Ontem, a avenida completou 114 anos. Judith aprova as mudanças ocorridas na Paulista ao longo dos anos. "Antes, havia várias mansões. Hoje, há os bancos, um mais lindo que o outro."
Chamado pela Associação Paulista Viva de "autêntico cortição em plena avenida Paulista", o edifício tem quitinetes, apartamentos de dois e de três quartos. Os preços (aluguel e condomínio) são de R$ 550, R$ 1.200 e R$ 1.900, respectivamente.
(AFRA BALAZINA)


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