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CRIME NA REDE
Ele diz que queria ridicularizar grupos temáticos
Justiça condena universitário por estimular homicídios no site Orkut
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Um estudante gaúcho de jornalismo terá de cumprir pena alternativa prestando serviços comunitários gratuitos por ter criado
uma comunidade no Orkut que
incitava e propagava a prática do
crime de homicídio.
Rafael Dornelles, 19, que estuda
na Universidade Católica de Pelotas (RS), terá que trabalhar entre
seis e oito horas diárias por seis
meses. Na comunidade ""Homicidas do Brasil", 43 pessoas trocavam confidências e revelações sobre formas de matar.
Na universidade, segundo o diretor Antônio Heberlê, o aluno
será acompanhado ""com mais
atenção" a partir de agora.
A pena é resultado de um acordo entre a Promotoria e réu firmado anteontem no Juizado Especial Criminal de Pelotas (253
km de Porto Alegre).
A pena, que o livra de processo,
foi proposta pela promotora Maria Fernanda Pitrez sob o argumento de que o jovem não tem
antecedentes criminais.
O advogado do estudante, Ernani Pinto da Silva, disse que ele não
quer se manifestar. De classe média, o jovem está, segundo o advogado, mantendo vida normal e
freqüentando a universidade.
O jovem afirmou ao Ministério
Público que se tratava de uma
brincadeira ""de mau gosto" para
ridicularizar as comunidades de
relacionamentos na internet.
Dornelles passará por avaliação
psicológica no Fórum de Pelotas.
Após essa avaliação, serão definidos detalhes sobre a maneira como ele cumprirá a pena e o local
onde ela será cumprida -provavelmente, em um hospital.
Se ele não houvesse aceito a pena alternativa, seria processado
pelo Ministério Público. Uma
eventual condenação seria por
crime contra a paz pública, com
pena de três a seis anos de prisão.
Teoricamente, o ""Homicidas do
Brasil" reúne assassinos, quem
tem intenção de matar ou queira
divulgar relatos sobre crimes e
formas de matar alguém. A Promotoria enquadrou essa prática
como "incitação ao crime".
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