São Paulo, domingo, 09 de dezembro de 2007

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Sabesp diz que investe em esgoto para litoral

Segundo diretor da companhia em 4 anos todo o esgoto deverá ser tratado

Em lugares com poucos moradores, solução proposta é parceria com a iniciativa privada, moradores e entidades

DA REPORTAGEM LOCAL

A Sabesp afirma que diversos investimentos estão sendo feitos no litoral paulista para ampliar a coleta e tratamento de esgotos -e, com isso, melhorar a balneabilidade das praias.
O diretor de Sistemas Regionais da Sabesp, Umberto Semeghini, acredita que no próximo ano já haverá mais praias limpas que em 2007 e, em quatro anos, espera que todo o esgoto coletado nas cidades litorâneas seja tratado.
De acordo com ele, no litoral sul existe um programa em andamento chamado Onda Limpa, financiado pelo banco japonês JBIC. O custo do programa é de R$ 1,2 bilhão e compreende a construção de seis ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto), de mil quilômetros de rede e de 80 estações elevatórias. Haverá ainda a ampliação do emissário submarino de Santos e a construção de um novo em Praia Grande.
Dessa forma, Santos poderá atender o esgoto de São Vicente, por exemplo. As obras devem durar quatro anos.
Já para o litoral norte, Semeghini afirma que há um pedido de financiamento ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de R$ 240 milhões para obras na região.
Segundo o diretor, até o final de dezembro deve ser "colocada na rua" a licitação para a construção de um emissário submarino em Ilhabela. A perspectiva é que a obra fique pronta em dois anos. "Com o emissário, será possível aumentar a coleta e tratamento dos atuais 5% para 37%", diz.
Na região central do arquipélago, serão construídos mais 22 quilômetros de rede a partir do próximo ano. "Quando a rede e o emissário estiverem concluídos, a coleta e tratamento de esgotos saltará para 86%", diz Semeghini.
Em Caraguatatuba, devem ser feitos mais 96 quilômetros de rede, o que irá elevar a coleta para 68%. O diretor conta que também está sendo terminada uma ETE no local. Estão previstas ainda obras para a região da praia de Indaiá, classificada como péssima desde 2000 e que, neste ano, ficou com qualidade regular.

Parcerias e patrocínio
As parcerias com a iniciativa privada, moradores e entidades têm ficado cada vez mais comum. Foi o que ocorreu em Ilhabela, onde a Sabesp, a administração municipal e os moradores das praias do Pinto e da Ponta Azeda se uniram.
Os moradores ficaram responsáveis pela ETE e a Sabesp, pela rede.
Em Paúba, em São Sebastião, ocorre o inverso: os moradores fazem a rede e a Sabesp, a ETE.
A Sabesp diz que incentiva as parcerias principalmente nas praias mais isoladas e freqüentadas por uma população de alta renda. "As obras são muito caras e atendem pouca gente. É um investimento praticamente sem retorno", diz Semeghini. Outra possibilidade nesses casos, se não houver chance de realizar parcerias, é cobrar uma tarifa "especial" -mais cara- até a empresa ter retorno do investimento.
Ainda em Ilhabela, a Sagatiba patrocina o projeto Bela Ilha, que prevê a construção de 200 banheiros nas casas de caiçaras, a implantação de encanamento, a distribuição da água potável e tratamento de esgoto.
Os investimentos previstos são de R$ 3 milhões, e o projeto, criado no final de 2005, vai beneficiar cerca de 700 moradores de 13 comunidades isoladas do arquipélago.
A meta é devolver o esgoto para a natureza com mais de 85% de redução de carga orgânica -o padrão é de 80%.
Ao mesmo tempo, os moradores têm aulas de reciclagem com a ONG Elementos da Natureza e recebem orientações de higiene pessoal.
(AFRA BALAZINA)


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