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Sabesp diz que investe em esgoto para litoral
Segundo diretor da companhia em 4 anos todo o esgoto deverá ser tratado
Em lugares com poucos moradores, solução proposta é parceria com a iniciativa privada, moradores e entidades
DA REPORTAGEM LOCAL
A Sabesp afirma que diversos
investimentos estão sendo feitos no litoral paulista para ampliar a coleta e tratamento de
esgotos -e, com isso, melhorar
a balneabilidade das praias.
O diretor de Sistemas Regionais da Sabesp, Umberto Semeghini, acredita que no próximo
ano já haverá mais praias limpas que em 2007 e, em quatro
anos, espera que todo o esgoto
coletado nas cidades litorâneas
seja tratado.
De acordo com ele, no litoral
sul existe um programa em andamento chamado Onda Limpa, financiado pelo banco japonês JBIC. O custo do programa
é de R$ 1,2 bilhão e compreende a construção de seis ETEs
(Estações de Tratamento de
Esgoto), de mil quilômetros de
rede e de 80 estações elevatórias. Haverá ainda a ampliação
do emissário submarino de
Santos e a construção de um
novo em Praia Grande.
Dessa forma, Santos poderá
atender o esgoto de São Vicente, por exemplo. As obras devem durar quatro anos.
Já para o litoral norte, Semeghini afirma que há um pedido
de financiamento ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
no valor de R$ 240 milhões para obras na região.
Segundo o diretor, até o final
de dezembro deve ser "colocada na rua" a licitação para a
construção de um emissário
submarino em Ilhabela. A perspectiva é que a obra fique pronta em dois anos. "Com o emissário, será possível aumentar a
coleta e tratamento dos atuais
5% para 37%", diz.
Na região central do arquipélago, serão construídos mais 22
quilômetros de rede a partir do
próximo ano. "Quando a rede e
o emissário estiverem concluídos, a coleta e tratamento de
esgotos saltará para 86%", diz
Semeghini.
Em Caraguatatuba, devem
ser feitos mais 96 quilômetros
de rede, o que irá elevar a coleta
para 68%. O diretor conta que
também está sendo terminada
uma ETE no local. Estão previstas ainda obras para a região
da praia de Indaiá, classificada
como péssima desde 2000 e
que, neste ano, ficou com qualidade regular.
Parcerias e patrocínio
As parcerias com a iniciativa
privada, moradores e entidades
têm ficado cada vez mais comum. Foi o que ocorreu em
Ilhabela, onde a Sabesp, a administração municipal e os moradores das praias do Pinto e da
Ponta Azeda se uniram.
Os moradores ficaram responsáveis pela ETE e a Sabesp,
pela rede.
Em Paúba, em São Sebastião,
ocorre o inverso: os moradores
fazem a rede e a Sabesp, a ETE.
A Sabesp diz que incentiva as
parcerias principalmente nas
praias mais isoladas e freqüentadas por uma população de alta renda. "As obras são muito
caras e atendem pouca gente. É
um investimento praticamente
sem retorno", diz Semeghini.
Outra possibilidade nesses casos, se não houver chance de
realizar parcerias, é cobrar uma
tarifa "especial" -mais cara-
até a empresa ter retorno do investimento.
Ainda em Ilhabela, a Sagatiba
patrocina o projeto Bela Ilha,
que prevê a construção de 200
banheiros nas casas de caiçaras, a implantação de encanamento, a distribuição da água
potável e tratamento de esgoto.
Os investimentos previstos
são de R$ 3 milhões, e o projeto,
criado no final de 2005, vai beneficiar cerca de 700 moradores de 13 comunidades isoladas
do arquipélago.
A meta é devolver o esgoto
para a natureza com mais de
85% de redução de carga orgânica -o padrão é de 80%.
Ao mesmo tempo, os moradores têm aulas de reciclagem
com a ONG Elementos da Natureza e recebem orientações
de higiene pessoal.
(AFRA BALAZINA)
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