CAIO JOBIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Construção do século 18, com traços arquitetônicos que casam os estilos barroco e rococó, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba (no litoral sul do Rio) será restaurada com apoio financeiro do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de R$ 1,6 milhão.
A edificação tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1967 tem problemas nas partes elétrica e hidráulica, está com a estrutura comprometida e corre risco de desabamento, segundo a gerente de Cultura do BNDES, Isis Pagy.
Antes uma capela, a igreja foi erguida a partir de 1785, por iniciativa do padre Salvador Francisco de Nóbrega. Dez anos se passaram até que ela ficasse pronta. Devido ao isolamento da região, que só foi definitivamente rompido com a inauguração da Rio-Santos, na década de 1970, a igreja manteve suas características originais, diz Carlos Fernando de Andrade, superintendente do Iphan no Rio.
Hoje, olhando-a de fora, é difícil imaginar como são ricos os detalhes arquitetônicos guardados no seu interior. A torre do sino é revestida de azulejos portugueses semi-industriais. Lambris de madeira forram a nave única retangular onde se encontra o altar, que tem como ornamento principal a imagem da Nossa Senhora da Guia em madeira talhada.
Durante a reforma, a nave vai receber um novo revestimento de cal, material usado originalmente em sua construção. A estrutura de madeira do telhado, assim como as portas e janelas serão substituídas. O forro que reveste a nave ganhará tábuas de ipê corrido. O piso ladrilhado passará por um processo de recuperação, com substituição das pastilhas quebradas. Um anexo erguido de forma irregular na década de 1940, descaracterizando o projeto original, será destruído.


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