São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010 |
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JOSÉ GOMES TALARICO (1915-2010) Jornalista e assessor de Jango ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO Eis uma amostra do que José Gomes Talarico ajudou a criar: a UNE, nos anos 30, o sindicato dos jornalistas no Rio, nos anos 40, o PTB, em 1945, e o PDT, em 1980. Em SP, onde nasceu, sua agitação começou cedo: ainda adolescente, foi preso por apedrejar a sede do Partido Republicano, do qual seu pai, arquiteto, era membro. Estudou criminologia e filosofia, curso que não concluiu por ser muito inquieto, conta a mulher, Francisca. Em 1940, ao propor o título de doutor honoris causa da Faculdade de Direito da USP para Getulio Vargas, acabou perseguido: foi a vez de sua casa ser apedrejada e se viu forçado a ir morar no Rio. No jornalismo, Talarico começou repórter em 1933, no "Correio Paulistano". No Rio, trabalhou em "A Noite". Teve funções no Ministério do Trabalho, como a de presidente do comitê de imprensa. Em 1962, elegeu-se deputado estadual pelo PTB e se tornaria assessor sindical de João Goulart na Presidência. Ajudou a organizar o comício da Central do Brasil em 1964. Mas aí veio o golpe. A partir dali, foi preso 28 vezes e torturado. Continuou em contato com Jango no exílio. Em 1982, já com a anistia, foi eleito deputado estadual e deixou de ser líder do governo Brizola na Assembleia do Rio, após defender uma coalizão com o PTB e o PMDB. Ainda foi conselheiro do Tribunal de Contas, onde se aposentou. Em 1988, foi para o PMDB. Longe da política, continuou ativo na Associação Brasileira de Imprensa. Morreu na segunda, aos 95, no Rio, de falência de órgãos. Deixa viúva, três filhos, nove netos e cinco bisnetos. coluna.obituario@uol.com.br Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: OAB manda revisar prova que barrou 88% Índice | Comunicar Erros |
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