São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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SP usa gastos com planos para cobrar atendimento

Governo quer vagas para convênios em OS

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Uma projeção do governo de SP afirma que um em cada cinco pacientes atendidos nos hospitais estaduais geridos por OSs (Organizações Sociais) tem plano de saúde.
Segundo a projeção, o Estado gasta por ano com esses pacientes R$ 468 milhões.
O levantamento é a principal justificativa do projeto do governador Alberto Goldman para que até 25% dos atendimentos nos 20 hospitais administrados por OSs sejam destinados aos planos.
As OSs são entidades privadas sem fins lucrativos. O governo diz que entraves burocráticos dificultam o ressarcimento obrigatório dos atendimentos ao SUS.
Entidades da área afirmam, porém, que o projeto criaria uma "segunda porta"- o que o governo nega O projeto foi encaminhado para a Assembleia Legislativa no final do mês passado.
A Folha apurou que o objeto principal das mudanças é o Icesp (Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira), administrado pela Fundação Faculdade de Medicina.
O hospital é responsável por metade dos gastos do Estado com pacientes de convênios (R$ 240 milhões).
Na assembleia se discute, não oficialmente, um substitutivo, para que a lei seja aplicada só nesse hospital.
Para Ligia Bahia, do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ, os hospitais privilegiarão os planos, pois pagam mais por procedimentos.
O promotor da área da saúde pública, Arthur Pinto Filho, afirma que a lei é apenas uma desculpa para que as OSs façam os convênios.
"Eles vão fazer uma cobrança direta dos planos, antes do atendimento", afirma.


Colaborou ADRIANA FERRAZ , do "Agora"


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