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SP usa gastos com planos para cobrar atendimento
Governo quer vagas para convênios em OS
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO
Uma projeção do governo
de SP afirma que um em cada
cinco pacientes atendidos
nos hospitais estaduais geridos por OSs (Organizações
Sociais) tem plano de saúde.
Segundo a projeção, o Estado gasta por ano com esses
pacientes R$ 468 milhões.
O levantamento é a principal justificativa do projeto do
governador Alberto Goldman para que até 25% dos
atendimentos nos 20 hospitais administrados por OSs
sejam destinados aos planos.
As OSs são entidades privadas sem fins lucrativos.
O governo diz que entraves burocráticos dificultam o
ressarcimento obrigatório
dos atendimentos ao SUS.
Entidades da área afirmam, porém, que o projeto
criaria uma "segunda porta"- o que o governo nega
O projeto foi encaminhado
para a Assembleia Legislativa no final do mês passado.
A Folha apurou que o objeto principal das mudanças
é o Icesp (Instituto do Câncer
Octavio Frias de Oliveira),
administrado pela Fundação
Faculdade de Medicina.
O hospital é responsável
por metade dos gastos do Estado com pacientes de convênios (R$ 240 milhões).
Na assembleia se discute,
não oficialmente, um substitutivo, para que a lei seja
aplicada só nesse hospital.
Para Ligia Bahia, do Instituto de Saúde Coletiva da
UFRJ, os hospitais privilegiarão os planos, pois pagam
mais por procedimentos.
O promotor da área da saúde pública, Arthur Pinto Filho, afirma que a lei é apenas
uma desculpa para que as
OSs façam os convênios.
"Eles vão fazer uma cobrança direta dos planos, antes do atendimento", afirma.
Colaborou ADRIANA FERRAZ , do "Agora"
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