São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2001

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CÂMARA MUNICIPAL

Cerca de 6.000 pessoas, entre servidores ativos e inativos e dependentes, são atendidas gratuitamente

Serviço de saúde custa R$ 3,5 mi por ano

MELISSA DINIZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os 46 funcionários que trabalham no departamento de saúde da Câmara Municipal de São Paulo movimentam uma folha de pagamento de R$ 219 mil por mês. As despesas totais do departamento -incluindo exames, material e medicamentos- chegam a R$ 3,5 milhões por ano, segundo o vice-presidente da Câmara, Paulo Frange (PTB).
A pedido da Mesa da Câmara, que suspeita de gastos excessivos no setor, a empresa Pro-Saúde começou anteontem uma espécie de auditoria para avaliar o custo do serviço. A medida faz parte da reforma administrativa defendida por alguns vereadores.
O departamento de saúde da Câmara dá direito de atendimento a cerca de 6.000 pessoas, entre funcionários ativos, inativos e seus dependentes. A manutenção do serviço é feita com o dinheiro do orçamento da própria Câmara (R$ 217,4 milhões). Nenhum centavo é descontado dos salários dos funcionários.
A título de comparação, a Assembléia Legislativa possui um serviço de saúde oferecido aos funcionários que não é extensivo aos seus dependentes e funciona apenas como ambulatório.
No serviço da Assembléia trabalham cerca de 25 pessoas, entre médicos, dentistas e auxiliares. A soma dos salários de todos os funcionários chega a cerca de R$ 50 mil mensais, sem contar as gratificações.
De acordo com Frange, são feitos 30 mil atendimentos por ano pelo departamento da Câmara, que conta com 11 médicos, nove dentistas, além de fisioterapeuta, farmacêutico, enfermeiros e auxiliares. Cerca de 89% dos funcionários da Câmara já utilizaram o serviço, ainda que 43% deles tenham outros convênios médicos.
Segundo o diretor do departamento, o oncologista e cirurgião Gérson da Silva Rodrigues, que trabalha há 21 anos no local, não há nenhum médico no quadro de pessoal que não tenha especialização. "Temos nefrologistas, gastroenterologistas e cirurgiões vasculares."
O departamento conta com 11 funcionários efetivos, 20 regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e três comissionados (cedidos por outros órgãos públicos).
Além do atendimento com profissionais bem qualificados, os servidores da Câmara ainda contam com a possibilidade de fazer exames de diversas espécies, entre análises clínicas, diagnósticos por imagem, medicina nuclear (densitometria óssea) e todo tipo de exame cardiológico.
Apenas com exames, são gastos aproximadamente R$ 500 mil por ano em contratos com laboratórios. O mais caro custa cerca de R$ 34,5 mil por mês aos cofres públicos. De acordo com Rodrigues, os laboratórios passaram por um processo de licitação para prestar serviços ao Legislativo.
O atendimento de saúde da Câmara foi criado em 1975, quando se chamava Centro de Serviços Médicos. Desde então, mudou de nome quatro vezes, aumentando a estrutura conforme crescia o número de funcionários. A partir de 1983, o departamento começou a oferecer exames.
Os funcionários da Câmara são os únicos servidores municipais a contar com um atendimento de saúde gratuito, além do que é oferecido pelo Hospital do Servidor Municipal. Somados, os salários-base dos 583 médicos que trabalham no Hospital do correspondem a R$ 507 mil.



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