São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2004

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PARÁ

Policial afirma que houve quebra de incomunicabilidade

Jurada de acusada de liderar seita diz ter visto TV durante julgamento

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

O delegado Waldir Freire, que conduz o inquérito que investiga a quebra da incomunicabilidade do júri que absolveu Valentina de Andrade em dezembro, disse que uma das juradas afirmou ter assistido à TV durante o período de confinamento e que ela disse acreditar que a imprensa havia condenado previamente a ré.
"Foi perguntado a ela [jurada] se a imprensa estava tomando uma posição pela condenação de Andrade e ela respondeu que "entendia que sim, que a população estava sendo manipulada'", disse Freire. "Ela não poderia nunca ter assistido à televisão porque é uma influência externa indevida."
Durante os 17 dias que durou o julgamento de Andrade, os sete jurados que fizeram parte do júri deveriam ter permanecido incomunicáveis e sem acesso aos meios de comunicação.
Segundo o delegado, outros dois jurados que aceitaram falar no inquérito policial confirmaram ter recebido visitas e ter se encontrado com outros jurados à beira da piscina do hotel onde estavam isolados. Quatro jurados não quiseram falar no inquérito.
Para o delegado, os depoimentos já indicam que houve quebra da incomunicabilidade durante o período do julgamento. O inquérito, no entanto, ainda não tem data para ser concluído.
Segundo Freire, os promotores que acompanharam os depoimentos afirmam que pedirão a anulação do julgamento de Andrade. Ela foi inocentada por seis votos a um em dezembro da acusação de participar nas emasculações e mortes de crianças em Altamira (PA).


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