TALITA FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Uma grande manifestação de donos de cooperativas de vans parou a avenida Presidente Vargas ontem. O protesto era contra uma licitação que começa hoje e concederá 3.300 permissões para perueiros que fazem percursos intermunicipais. O protesto, porém, tem como pano de fundo a disputa entre cooperativas e motoristas autônomos.
Presidente da Federação das Cooperativas de Vans, Mário Sérgio Teixeira, disse que o edital diminuirá o número de linhas intermunicipais. Hoje, segundo ele, há 1.750 vans intermunicipais legalizadas no Estado e divididas em 64 cooperativas. Estima que 600 mil pessoas por dia usem o transporte alternativo.
"Esse edital vai diminuir para 300 o número de autorizações. São 97% a menos de vans. Eles estão visando o benefício das empresas de ônibus", acusou.
Segundo o Detro (Departamento de Transportes Rodoviários Estado do Rio), ainda não se sabe quantas concessões, considerando as linhas atuais, serão entregues. No total, serão 3.300, contando as novas linhas.
Já o presidente do Sintral (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Alternativos), Guilherme Bizerra, diz que a disputa é só patronal e que o sindicato é a favor da licitação: "A licitação foi feita para beneficiar efetivamente o motorista autônomo, não as falsas cooperativas dominadas por um grupo pequeno de empresários. O processo licitatório vai acabar com isso, porque é dirigido ao motorista autônomo".
A manifestação começou às 4h30 e contou com mais de 1.600 vans. Elas ocuparam mais de 5 km da av. Presidente Vargas, da prefeitura à Candelária. Durante todo o dia, houve confusões e congestionamento no centro.
O Ministério Público Estadual informou ontem que as concorrências "obedecem a uma determinação da Justiça, em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro", em 2004. À tarde, as cooperativas se reuniram com o secretário de Governo do Estado, Anthony Garotinho.


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