São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 2010

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CÉLIA HOSSANA SERAIDARIAN
(1957-2010)


A professora de história, entre a Itália e a Armênia

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mãe descendente de italianos, pai armênio. Célia Hossana Seraidarian, professora de história, tinha ligações tão fortes com suas raízes, que dava aulas num colégio italiano em SP e estava escrevendo um livro sobre a Armênia.
Foi nessa última escola em que lecionou por mais de uma década, chamada Eugenio Montali, que ela se realizou profissionalmente, como conta a irmã, Ana Maria.
O colégio, bilíngue, tem o currículo reconhecido tanto no Brasil quanto na Itália. Célia dava aulas em português, mas sabia italiano. Lá, descobriu que sua paixão não era só pela história, mas também por educar.
O que mais pensava, após um câncer descoberto em março do ano passado obrigá-la a se afastar do serviço, era em superar a doença e poder reencontrar seus alunos.
Também pretendia realizar seu grande sonho, que ficou apenas nos rascunhos. O livro que escrevia tratava do genocídio armênio, cuja ocorrência é negada pela Turquia. Seu avô foi um sobrevivente do período e teria sua história retratada na obra.
Professora rigorosa, formada pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) da capital, era muito ativa e dinâmica e gostava de se dedicar aos seus cinco sobrinhos. Solteira, ela não teve filhos.
Célia morreu na quarta-feira, dia 6, data que para os armênios é celebrada como o Natal. Tinha 52 anos. De acordo com a tradição armênia, a missa em sua memória será celebrada no 40º dia após sua morte.

coluna.obituario@uol.com.br


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