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CÉLIA HOSSANA SERAIDARIAN
(1957-2010)
A professora de história, entre a Itália e a Armênia
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mãe descendente de italianos, pai armênio. Célia Hossana Seraidarian, professora
de história, tinha ligações tão
fortes com suas raízes, que
dava aulas num colégio italiano em SP e estava escrevendo
um livro sobre a Armênia.
Foi nessa última escola em
que lecionou por mais de uma
década, chamada Eugenio
Montali, que ela se realizou
profissionalmente, como
conta a irmã, Ana Maria.
O colégio, bilíngue, tem o
currículo reconhecido tanto
no Brasil quanto na Itália. Célia dava aulas em português,
mas sabia italiano.
Lá, descobriu que sua paixão não era só pela história,
mas também por educar.
O que mais pensava, após
um câncer descoberto em
março do ano passado obrigá-la a se afastar do serviço, era
em superar a doença e poder
reencontrar seus alunos.
Também pretendia realizar
seu grande sonho, que ficou
apenas nos rascunhos.
O livro que escrevia tratava
do genocídio armênio, cuja
ocorrência é negada pela Turquia. Seu avô foi um sobrevivente do período e teria sua
história retratada na obra.
Professora rigorosa, formada pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) da capital,
era muito ativa e dinâmica e
gostava de se dedicar aos seus
cinco sobrinhos. Solteira, ela
não teve filhos.
Célia morreu na quarta-feira, dia 6, data que para os armênios é celebrada como o
Natal. Tinha 52 anos.
De acordo com a tradição
armênia, a missa em sua memória será celebrada no 40º
dia após sua morte.
coluna.obituario@uol.com.br
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