São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000 |
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GUERRA URBANA Grupo representa 19% do efetivo médio das blitze municipais, mas deixou Pitta e Covas em paz Blitz contra perueiros terá 50 PMs
JOÃO CARLOS SILVA da Reportagem Local As blitze antiperueiros da prefeitura paulistana passam a contar com ajuda de 50 PMs. O acerto, anunciado ontem, foi suficiente para fazer as pazes entre o prefeito Celso Pitta (PTN) e o governador Mário Covas (PSDB), embora envolva menos de 0,1% do efetivo da PM e reforço de menos de 20% no número médio de participantes das blitze municipais. O arranjo de ontem pôs fim a duas semanas de trocas de acusações entre prefeito e governador, que incluíam termos como omissão e incompetência. Também se segue a uma onda de confrontos entre prefeitura e clandestinos que já deixou 13 ônibus incendiados, 3 passageiros mortos em acidente provocado por um perueiro que fugia da fiscalização, fiscais e guardas feridos, ruas interditadas e protestos com ônibus apedrejados. Ao anunciarem as medidas, Covas e Pitta usaram palavras como cordialidade, colaboração e junção de forças. "Ninguém brigou com ninguém. Ele (Pitta) é muito mais moço e muito maior que eu. Eu não levaria vantagem", disse o governador após encontro no Palácio dos Bandeirantes. "Não ficamos remoendo o passado. Nós viemos aqui para resolver um problema de interesse da cidade", disse Pitta. Os policiais militares cedidos pelo Estado são do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) e vão trabalhar com guardas-civis e fiscais contra os cerca de 15 mil perueiros clandestinos que atuam na cidade. As blitze municipais vinham sendo feitas diariamente por uma média de 180 fiscais da prefeitura e de 80 guardas-civis, segundo a Guarda Civil Metropolitana e a SPTrans, empresa responsável pelo gerenciamento do transporte público. Em números, o reforço dos PMs cedidos agora é de 19% do atual número de participantes -se todos os policiais atuarem na rua, todo dia, sem folgas em horário de fiscalização. Outra medida anunciada por Covas e Pitta foi a criação de "hot lines" (canais de comunicação exclusivos) entre prefeitura e governo para, por exemplo, dar agilidade à ação da polícia em casos de conflitos das equipes de fiscalização com clandestinos. Há pouco mais de uma semana o secretário da Segurança, Marco Vinicio Petrelluzzi, já tinha anunciado que a polícia passaria a dar prioridade a esse tipo de ocorrência pelo telefone 190, que pode ser chamado de qualquer aparelho. A prefeitura não estabeleceu uma meta para concluir as fiscalizações e resolver o impasse com clandestinos. Há apenas a previsão de que cerca de 4.000 perueiros serão regularizados por uma licitação que deve ser concluída em 45 dias. Segundo o governo do Estado, os policiais militares vão continuar agindo sob o comando da fiscalização municipal por tempo indeterminado. Próximo Texto: Petrelluzzi evita novos atritos Índice |
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