São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000


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FHC cobra mais autocontrole das TVs

DANIELA NAHASS
free-lance para a Folha

O presidente Fernando Henrique Cardoso cobrou ontem um autocontrole mais rigoroso na programação das televisões brasileiras. O porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, disse que o presidente considerou lamentável o episódio ocorrido na segunda-feira na cidade-satélite de Santa Maria, no Distrito Federal.
O menino D.J.G.,9, deu facadas superficiais na sua vizinha M.D.N., 7, e disse à polícia que se inspirou no filme "Brinquedo Assassino 2", veiculado pelo SBT.
Ontem, a mãe de M.D.N., a cozinheira Raimunda Nonato, informou que a garota está bem, embora continue internada.
De acordo com Raimunda, foram 25 facadas, e não 20, como havia informado a assessoria de imprensa do Hospital de Base anteontem, que atingiram não apenas as costas, mas também os braços e as pernas da criança.
O secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, determinou ontem que a assistente social Graça Cabral acompanhe o caso. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o garoto não pode ser internado porque é menor de 12 anos, mas pode ser submetido a acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
O representante do SBT em Brasília, Flávio Cavalcanti Júnior, entregou ontem uma fita de vídeo a José Gregori provando que a emissora veiculou a vinheta alertando que o filme era impróprio para menores de 14 anos.
A direção da emissora divulgou ontem nota informando que o filme foi exibido às 22h17, minutos depois do determinado pelo Ministério da Justiça para filmes recomendados para essa faixa.
Gregori voltou a cobrar das emissoras a elaboração de um código de ética. "Às vezes, precisa haver sangue para o Brasil acordar. Quem sabe agora as televisões quebrem a indiferença com que receberam a proposta de elaborar o código de ética?", disse.
De acordo com a assessoria da secretaria de Direitos Humanos, as emissoras se comprometeram a elaborar um projeto de código de ética até o dia 30 de dezembro do ano passado, mas nada foi entregue até o momento.


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