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Para Sérgio Cabral, legislação precisa mudar
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador do Rio, Sérgio
Cabral, disse ontem que é necessário discutir a redução da
maioridade penal. "Efetivamente essa legislação tem permitido que menores cometam
atos bárbaros", disse ele, em referência à morte de João Hélio.
"Hoje temos uma quantidade
grande de menores envolvidos
com o tráfico e com o crime",
afirmou, lembrando que, por
ser um tema polêmico, não pode ser decidido no calor de um
crime tão bárbaro.
Cabral defende a autonomia
dos Estados para legislar sobre
questões penais. "As legislações devem variar de acordo
com a realidade de cada Estado.
Evidentemente que a realidade
do Acre ou do Amapá é diferente da do Rio", afirmou.
A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra
Ellen Gracie Northfleet, considerou "terrível, inconcebível,
inacreditável" a circunstância
da morte do menino de seis
anos, mas disse ser contra a redução da maioridade penal.
Ela afirmou que a medida
não diminuiria a violência,
lembrou que essa discussão
sempre surge quando o país fica comovido com um crime e
defendeu penas mais adequadas, "inclusive para menores
infratores". Para ela, a Justiça
precisa ser mais ágil para evitar
a impunidade.
O ministro do STF Carlos
Ayres Britto emitiu opinião semelhante. "Nós renunciaríamos a uma política estrutural
de assistência aos adolescentes,
resolvendo o problema da maneira mais fácil possível, mecânica e cômoda, pela simples redução da idade penal."
Ayres Britto defendeu mudanças no Estatuto da Criança
e do Adolescente, que prevê
prazo máximo três anos para
internação de menores infratores. Também concordou com a
parcela de contribuição da Justiça, dizendo que a demora nos
julgamentos pode levar à prescrição do crime.
"Nada estimula mais a criminalidade do que a certeza antecipada da impunidade, por absolvição ou prescrição do crime", disse.
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