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Reforma de camarote no RJ é irregular, diz fiscal
Reforma em espaço, um dos mais badalados do Carnaval carioca, não foi autorizada, segundo órgão estadual
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
Anunciada como a maior
mudança do Carnaval pela
Brahma, a reforma do seu badalado camarote está sendo feita sem autorização do Inepac
(Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), responsável
pelo tombamento do sambódromo, em 1994. O órgão informou ontem que vai notificar a
empresa. A Brahma afirma que
a mudança é interna e que foi
autorizada pela Riotur.
O presidente do Inepac, Marcus Monteiro, disse que os fiscais do órgão constataram mudança estruturais. A empresa
será notificada a apresentar o
projeto ao órgão e a retornar às
características do bem tombado até o Carnaval. O órgão vai
comunicar o caso ao Ministério
Público em caráter de urgência.
A Brahma anunciou que, para ampliar a visão do sambódromo, considerado o maior
problema do camarote, o piso
seria rebaixado em 60 cm. Entre as outras mudanças planejadas, estão um bar envidraçado, o palco para shows, pista de
dança e um bulevar de acesso
imitando uma praça.
"Aquele tipo de mudança é
inaceitável porque muda a estrutura do bem. A mudança é
estrutural, foi mudado o tamanho da janela. Está no relatório.
Os fiscais perceberam mudança na estrutura", diz Monteiro.
"Já pensou se a cada Carnaval
decidir-se fazer uma modificaçãozinha? Daqui a pouco nós
vamos ter o sambódromo complemente descaracterizado."
Convidado pela empresa para modificar definitivamente o
espaço, o arquiteto André Piva
afirmou há duas semanas que,
por ser um bem tombado, eles
pediram autorização à prefeitura e a Oscar Niemeyer.
Segundo a Riotur, foi feito
um pedido de reforma na administração passada. O Inepac
não foi avisado porque a mudança proposta não foi considerada estrutural. Jair Valera,
do escritório Niemeyer, diz que
não foi pedida nenhuma autorização formalmente.
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