São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Reforma de camarote no RJ é irregular, diz fiscal

Reforma em espaço, um dos mais badalados do Carnaval carioca, não foi autorizada, segundo órgão estadual

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

Anunciada como a maior mudança do Carnaval pela Brahma, a reforma do seu badalado camarote está sendo feita sem autorização do Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), responsável pelo tombamento do sambódromo, em 1994. O órgão informou ontem que vai notificar a empresa. A Brahma afirma que a mudança é interna e que foi autorizada pela Riotur.
O presidente do Inepac, Marcus Monteiro, disse que os fiscais do órgão constataram mudança estruturais. A empresa será notificada a apresentar o projeto ao órgão e a retornar às características do bem tombado até o Carnaval. O órgão vai comunicar o caso ao Ministério Público em caráter de urgência.
A Brahma anunciou que, para ampliar a visão do sambódromo, considerado o maior problema do camarote, o piso seria rebaixado em 60 cm. Entre as outras mudanças planejadas, estão um bar envidraçado, o palco para shows, pista de dança e um bulevar de acesso imitando uma praça.
"Aquele tipo de mudança é inaceitável porque muda a estrutura do bem. A mudança é estrutural, foi mudado o tamanho da janela. Está no relatório. Os fiscais perceberam mudança na estrutura", diz Monteiro. "Já pensou se a cada Carnaval decidir-se fazer uma modificaçãozinha? Daqui a pouco nós vamos ter o sambódromo complemente descaracterizado."
Convidado pela empresa para modificar definitivamente o espaço, o arquiteto André Piva afirmou há duas semanas que, por ser um bem tombado, eles pediram autorização à prefeitura e a Oscar Niemeyer.
Segundo a Riotur, foi feito um pedido de reforma na administração passada. O Inepac não foi avisado porque a mudança proposta não foi considerada estrutural. Jair Valera, do escritório Niemeyer, diz que não foi pedida nenhuma autorização formalmente.


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