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Projeção antiga faz Rio reduzir homicídios
Estado baseia cálculo de assassinatos por 100 mil habitantes em dado de 2002, com justificativa de aguardar Censo 2010
Usando a estimativa populacional do IBGE, que foi calculada em 2008, a taxa de homicídios no Rio de Janeiro aumentou
ANTÔNIO GOIS
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Usando uma projeção populacional antiga, o governo do
Rio divulgou que em 2009 foi
registrada a menor taxa de homicídios de sua história. Mas,
com base em cálculos atualizados do IBGE, houve leve alta.
Segundo dados do Instituto
de Segurança Pública, houve
34,6 assassinatos a cada 100 mil
habitantes em 2009, 0,1 ponto
percentual a menos do que em
2008. Seria a menor da década.
Mas, usando a estimativa populacional do IBGE, calculada
em 2008, a taxa do ano passado
é de 36,2, dois décimos acima
do ano anterior. Houve, nesta
análise, leve alta. Ambos os dados, porém, mostram estabilidade na taxa de homicídios, dizem especialistas.
A diferença numérica ocorre
por causa da defasagem da projeção do ISP. Para o órgão, o Estado tinha 16.739.782 habitantes em 1º de julho de 2009. A estimativa do IBGE indica
16.010.429 habitantes.
O ISP fez sua própria projeção em 2002, com base no Censo de 2000 e na Contagem Populacional de 1996. Já o IBGE
faz suas projeções de população com base nos censos demográficos, contagens populacionais e em pesquisas anuais.
A última revisão das estimativas do IBGE foi divulgada em
2008, considerando a última
Contagem de 2007.
Por se tratar de uma estimativa, e não de uma contagem
precisa de população, é comum
que outros organismos que façam o mesmo cálculo cheguem
a dados diferentes.
Em São Paulo, a Secretaria da
Segurança utiliza como base de
cálculo para sua taxa a projeção
da Fundação Seade, que usa
método próprio, mas atualizado após a Contagem de 2007.
Para o cálculo de repasses federais a municípios e Estados
ligados ao tamanho da população valem os dados do IBGE.
Em mensagem eletrônica, o
ex-prefeito César Maia (DEM),
rival político do governador
Sérgio Cabral Filho (PMDB),
afirmou que os dados foram
usados para beneficiar o governo. "Um jeito esperto de reduzir a criminalidade."
Segundo o diretor-presidente do ISP, coronel Paulo Augusto Souza Teixeira, a projeção
não foi atualizada porque se decidiu aguardar o Censo de 2010.
"O importante é que divulgamos os números absolutos. Cada um pode tirar suas conclusões. Para planejar a segurança
pública precisamos usar sempre o mesmo método."
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