São Paulo, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

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Kassab rompe contratos para limpeza de piscinões

Prefeito chama de "ridículo" estado sujo em que se encontram reservatórios antienchente

Quatro contratos foram encerrados ontem e outros serão alvos de processo; novas empresas serão escolhidas sem licitação

ALVARO MAGALHÃES
DO "AGORA"
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Após exigir que os 19 piscinões de São Paulo estivessem limpos até ontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) classificou como "ridícula" e "vergonhosa" a situação em que alguns deles se encontravam ao vistoriá-los de helicóptero.
Diante do não-cumprimento de sua exigência, ele anunciou o rompimento de contrato com pelo menos quatro empresas que dividiam a limpeza de dois reservatórios antienchente.
Kassab atirou nas empresas responsáveis pelo serviço, mas acertou também em sua própria equipe. No local considerado "ridículo" pelo prefeito (piscinão Rincão, na Vila Matilde, zona leste), a responsável pela limpeza não é uma empresa, mas sim a subprefeitura local.
"O piscinão Rincão é ridículo, porque são dois piscinões, um ao lado do outro. Um está totalmente limpo e logo ao seu lado o outro totalmente assoreado. Mostra que realmente a empresa tinha condições de fazer, porque quando chove em um chove no outro", disse Kassab.
"Nesse piscinão nós fornecemos os equipamentos e os caminhões e a gestão é da subprefeitura. O piscinão Rincão está com 98% de sua capacidade de armazenamento de água, mas nosso trabalho é só fornecer os equipamentos. Quem diz o que tem de ser feito é a subprefeitura", afirmou Ângelo Santos, diretor comercial da Anastacio, que cuida de dez piscinões.
Ninguém da Subprefeitura da Penha, responsável pela limpeza do reservatório, quis falar.
À noite, quando anunciou o rompimento de quatro contratos, Kassab afirmou que os trabalhos no piscinão Rincão foram completados no fim da tarde e que o local apresentava "uma situação compatível com as expectativas da prefeitura".
Os contratos rompidos serão substituídos por contratos emergenciais, ou seja, serão fechados pela gestão Kassab sem a realização de uma licitação.
A prefeitura ainda abriu processos administrativos para analisar o descumprimento de contrato de outras empresas.

Desgaste
A gestão Kassab vem sendo alvo de críticas desde setembro, quando uma forte chuva alagou várias regiões da cidade, inclusive o elevado Costa e Silva, o chamado Minhocão.
Até o mês passado, ele sempre defendeu o governo. Dizia que a limpeza de bocas de lobo vinha sendo feita adequadamente e que a coleta de lixo não era um agravante, embora tenha decidido fazer nova contratação dos serviços de varrição.
Nos últimos 20 dias, o prefeito mudou o discurso: anunciou uma força-tarefa para fazer a limpeza das bocas de lobo, ameaçou multar o morador que colocar o lixo na rua fora de hora e antecipou o horário de encerramento das feiras para que o lixo seja retirado mais cedo.
Kassab disse ontem que adotou essas novas medidas por causa das chuvas intensas dos últimos dias -foram 47 dias consecutivos de temporais. "Precisamos o mais rápido possível recuperar o que foi danificado na cidade de São Paulo."


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