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SEGURANÇA
Grupo vai ajudar no combate a casos de preconceitos sexual e religioso e racismo
SP cria polícia contra intolerância
da Reportagem Local
O governo estadual divulgou
ontem a criação de um grupo especial para combater crimes de
intolerância em São Paulo.
Batizado como Gradi (Grupo de
Repressão e Análise aos Delitos
de Intolerância), ele terá como
primeiro objetivo catalogar e analisar a atuação de indivíduos e
grupos que cometem crimes relacionados com racismo e preconceitos sexual ou religioso.
O Gradi será formado inicialmente por 12 policiais e funcionará como uma espécie de "central
de inteligência", atuando no levantamento de informações e na
coordenação de investigações feitas pelos DPs (Distritos Policiais).
A criação do Gradi foi anunciada ontem pelo secretário estadual
da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi. Segundo ele, o
Gradi também vai fazer investigações eletrônicas na Internet para
detectar sites como o da Frente
Anticaos, que fazia campanha na
rede mundial de computadores
contra homossexuais.
Petrelluzzi afirmou que o número de casos de intolerância no
Estado é pouco representativo e
que não existe um tipo de crime
que desponte nos balanços de
violência da secretaria.
"Não temos nenhuma explosão
de intolerância em nenhuma área
especial, mas temos hoje informações da existência de vários
grupos que pregam esse tipo de
ação", disse o secretário.
"A idéia de criar esse grupo é
justamente para catalogar e analisar a ação desse segmento e aumentar a capacidade de prevenção desses crimes."
O secretário da Segurança afirmou também que a criação do
Gradi não está relacionada com a
morte do adestrador de cães Edson Neris da Silva, espancado até
a morte na praça da República, região central de São Paulo, no mês
passado. Os acusados integram
um grupo de skinheads conhecido como "Carecas do ABC".
O crime teria sido motivado pelo fato de Silva estar andando de
mão dada com outro homem.
Segundo Petrelluzzi, a criação
era uma idéia antiga, mas "que só
pôde ser viabilizada agora".
O Gradi será diretamente subordinado ao gabinete da Secretaria da Segurança Pública. A
coordenação será feita pelos delegados da Polícia Civil Helênio Dell"oso Prado e Inês da Silva Cunha;
pelo tenente-coronel Sílvio Roberto Villar Dias e pelo tenente
Henguel Ricardo Pereira, da Polícia Militar. Os quatro têm experiência no combate a crimes cometidos contra minorias.
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