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No exterior, experiência convenceu
DA REPORTAGEM LOCAL
Em Cingapura, Oslo (Noruega)
e até em Londres, onde foi implantado há menos de um mês, o
pedágio urbano enfrentou resistência inicial da população, mas
acabou convencendo, pelo menos
a maioria, de seus benefícios.
As principais críticas disseram
respeito ao caráter arrecadatório e
às eventuais dificuldades logísticas para a implantação e o bom
funcionamento da medida, que
poderiam transformá-la de solução em agravante do caos.
A redução dos congestionamentos e da poluição do ar e a
possibilidade de melhoria do
transporte coletivo a partir do
maior investimento proporcionado pelos recursos do pedágio foram, por outro lado, elementos
que levaram à adesão.
"Os maiores pontos de discordância [em relação à taxa de congestionamento de Londres] afirmam que ela é, na verdade, uma
"collection charge" [taxa de arrecadação] e que ela é injusta porque atinge igualmente pobres e ricos. Mas há os contra-argumentos de que a taxa vai também melhorar o transporte e de que são os
ricos que usam carros -os pobres andam de ônibus", diz Jaime
Sanmartin Mazoy, estudante da
London Business School.
Ele conta que até mesmo as autoridades esperavam um "verdadeiro caos" nas primeiras semanas do pedágio urbano, mas, até
agora, o sistema tem funcionado
bem. "Meses antes do dia "D",
houve uma grande campanha de
mídia dirigida à população", diz.
O resultado dos primeiros 15
dias de pedágio em Londres superou até as expectativas oficiais, reduzindo não 15%, mas 20% do
congestionamento e aumentando
a velocidade dos ônibus em até
50%. O projeto, porém, vinha
sendo estudado há 20 anos e estava pronto há pelo menos dois.
Em Cingapura, onde a cobrança
existe desde 1975, houve também
apreensão inicialmente, mas uma
intensa campanha educativa acabou por convencer as pessoas. A
cobrança reduziu em 17% o trânsito, mas continua intenso. Já em
Oslo, a população só se convenceu do pedágio depois que o governo decidiu destinar 25% do arrecadado ao transporte público.
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