|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A FAVOR
Advogado vê "tortura psicológica" para mãe
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O feto anencefálico não está "vivo" em termos legais e obrigar
uma mulher a levar a termo esse
tipo de gestação viola sua dignidade e sua integridade física e psicológica. Essa posição, vitoriosa
no CNS ontem, foi defendida pelo
advogado Luís Roberto Barroso e
pelo médico Jorge Andalaft Neto,
representante da Febrasgo (Federação Brasileira de Associações de
Ginecologia e Obstetrícia).
"O parto de um bebê anencefálico não é uma celebração da vida,
é um ritual da morte. A mulher
vai passar pelas transformações
de quem vai ter um filho, mas não
vai tê-lo. Isso é uma tortura psicológica", disse Barroso.
O advogado -que defende a
autorização para a realização de
abortos de fetos anencefálicos no
Supremo Tribunal Federal-, citou outros argumentos que sustentam sua tese. O primeiro é que,
se a lei diz que a vida termina na
morte cerebral, então ela começa
na atividade cerebral.
Segundo ele, o Código Penal é
datado de 1940, quando não era
possível diagnosticar a anencefalia. Ainda assim, permitiu o aborto em casos de estupro, visando
preservar a mãe.
De acordo com Jorge Andalaft,
a Febrasgo tem posição favorável
ao aborto de fetos anencefálicos.
Segundo ele, essa malformação
do feto está associada a outras
complicações para a gestante, como hipertensão da gravidez, insuficiência vascular periférica e alterações psicológicas.
Texto Anterior: Contra: Bebê pode ter consciência, afirma médico Próximo Texto: Saúde na UTI: Ministério vai à Justiça contra o Rio Índice
|