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CAMINHOS DE RISCO
Estrutura da construção pode se romper; desvio para caminhões com mais de 45 toneladas é de 190 km
Ponte da Régis em SP sofre interdição parcial
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério dos Transportes
anunciou a interdição parcial, a
partir de hoje, da ponte sobre o
rio São Lourencinho, no km 366
da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga São Paulo à região
Sul, no trecho próximo ao município de Miracatu (a 180 km de
São Paulo).
Em outras três pontes da rodovia haverá também limitação de
carga em 45 toneladas.
A decisão, anunciada ontem, foi
tomada após uma análise técnica
realizada na ponte sobre o rio São
Lourencinho apontar risco de
ruptura de sua estrutura.
Anteontem a assessoria de imprensa do Ministério dos Transportes informou à Folha que seriam feitas obras e interferências
no tráfego em nível nacional. No
entanto, o anúncio de ontem se
restringiu ao trecho da Régis Bittencourt no Estado de São Paulo,
e apenas a ponte sobre o rio São
Lourencinho sofrerá intervenção
imediata em sua estrutura.
A velocidade sobre a ponte será
limitada a 30 km/h e a carga máxima dos caminhões será 45 toneladas. Bitrens (veículos com uma
carroceria acoplada a outra) estarão proibidos de circular. O período de intervenção deve durar, no
mínimo, 30 dias. A conclusão das
obras pode levar até 180 dias.
Para que a recuperação da estrutura seja feita, a ponte terá uma
de suas duas pistas interditada. A
Polícia Rodoviária Federal irá bloquear cada um dos sentidos por
cerca de 30 minutos, revezando a
passagem dos veículos. A PRF estima em cerca de uma hora o atraso para os motoristas em razão da
operação no local.
Desvio
Em relação aos caminhões,
além da restrição de peso, só poderá passar sobre a ponte um de
cada vez. Os veículos mais pesados que o limite estabelecido terão que fazer um desvio de cerca
de 190 quilômetros.
Nas pontes dos quilômetros
388, 382 e 531 da BR-116 também
haverá limitação da carga em 45
toneladas. Essas estruturas passarão por novas avaliações técnicas
e intervenções maiores podem vir
a ser definidas.
A Polícia Rodoviária Federal reforçará o efetivo na região, com 20
policiais vindos dos Estados do
Rio de Janeiro e de Minas Gerais,
que se somarão aos 90 que operam na área. De acordo com o inspetor Evandro Bruno, da sede da
PRF em Brasília, no entanto, o reforço é insuficiente. Ele afirmou
que seriam necessários 240 policiais para o trecho de 300 quilômetros paulistas da rodovia.
O Ministério do Transporte
vem realizando, desde 2003, um
levantamento sobre o estado das
obras e viadutos nas rodovias federais. Do total de 5.000 obras, segundo o governo federal, 2.500 foram vistoriadas. A queda da ponte da represa do Capivari, em janeiro deste ano, no trecho paranaense da BR-116, levou o governo a acelerar o processo.
Segundo o órgão, de todas as
obras já vistoriadas, apenas a
ponte sobre o rio São Lourencinho apresenta problemas emergenciais. "Foi constatado colapso
estrutural, que poderia provocar
um desastre", afirmou Arnaldo
Marabolim, coordenador do ministério em São Paulo.
Um levantamento concluído
em fevereiro deste ano pelo DNIT
(Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes)
abrangendo todas as rodovias federais do Brasil indicou que
40,8% dessas estradas brasileiras
encontram-se em mau estado de
conservação.
Isso significa que mais de 23 mil
quilômetros dos 57 mil que formam a malha viária federal precisam ser refeitos. O levantamento,
no entanto, não fazia referências
específicas a pontes e viadutos.
As inspeções continuarão a
acontecer em todo o país e novas
intervenções não são descartadas
pelo Ministério dos Transportes.
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